As vendas reais nos supermercados cresceram 4,75% em julho na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo divulgou ontem a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Em relação a junho deste ano, o faturamento dos supermercados avançou 6,24%. Nos primeiros sete meses de 2011, as vendas subiram 4,32% em relação ao mesmo período de 2010. Os números estão deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Segundo a Abras, o crescimento das vendas em julho ante o mês anterior, de 6,24%, é atribuído ao calendário que contou com 31 dias e cinco finais de semana. O valor da cesta AbrasMercado, formada por 35 produtos considerados de largo consumo, como alimentos, limpeza e beleza, medido pela GfK, apresentou queda de 1,09% nos preços em julho ante junho, para R$ 295,98. Já na comparação com julho de 2010, o valor da cesta subiu 8,95%.
Os produtos com maiores quedas em julho frente a junho foram tomate (-17,75%), batata (-11,40%) e desinfetante (-2,97%). As maiores altas no período ficaram com sabonete (3,57%), margarina cremosa (3,26%) e feijão (2,73%). No acumulado do ano, a cesta AbrasMercado acumula queda de 3,61%.
A Abras reafirmou a expectativa de alta de 4% para as vendas reais neste ano em comparação a 2010. Segundo o presidente da entidade, Sussumu Honda, a diminuição do ritmo de crescimento da geração de emprego, em conjunto com uma maior "precaução" dos consumidores diante do atual cenário econômico, além das medidas do governo para reduzir a demanda, deve manter as vendas estáveis em relação ao desempenho observado no acumulado de janeiro a junho deste ano, quando foi observado crescimento na faixa de 4,3%.
Pressão - "A pressão em termos de demanda tem diminuído. Isso se comprova pelo menor ritmo do volume das vendas, que não cresce como no ano passado", disse. O volume de itens comercializados nos supermercados avançou 3,4% nos seis primeiros meses deste ano, mas continua dando sinais de arrefecimento, destacou Honda. No mesmo período do ano passado, as vendas subiram 6,5% frente ao primeiro semestre do ano imediatamente anterior.
Em relação aos preços praticados nos supermercados, o executivo avalia que as pressões de alta observadas no final de 2010 não devem se repetir este ano. Ele cita como exemplo o comportamento da carne, que puxou os preços no final do ano passado, mas em 2011 se mantém estável. As barreiras às importações de carnes de aves e suínos brasileiras por parte de alguns países também devem ajudar na maior oferta da proteína no mercado interno.
No acumulado de janeiro a julho, os preços nos supermercados, medido pela GfK a pedido da Abras, recuou 3,61%. Mas em doze meses encerrados em julho, avança 8,94%. Por regiões do País, todas registraram queda nos preços em julho ante junho: Centro-Oeste (-1,8%), Sul (-1,54%), Nordeste (-1,25%), Sudeste (-0,74%) e Norte (-0,27%). Segundo Honda, o ingresso de grandes redes varejistas em novas regiões do País, sobretudo o "atacarejo", mistura de atacado com varejo, contribuiu para o recuo dos preços praticados.
Honda minimizou os possíveis impactos da piora do cenário externo sobre as vendas do setor no Brasil. "O mercado interno ainda será a força indutora das vendas", disse. (AE)
Veículo: Diário do Comércio - MG