O varejo e os supermercados pediram ontem mudanças das atuais taxas cobradas pelos cartões de débito. Os dois segmentos querem que seja cobrada uma tarifa por transação paga no plástico de débito, não um percentual do valor da operação, como é feito hoje. "O custo da transação eletrônica é o mesmo, independente do valor do pagamento. É como se os bancos fossem cobrar o processamento de um cheque pelo valor que está escrito na folha", diz o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro.
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) também está na campanha para o fim das taxas no débito. Sussumu Honda, presidente da entidade, diz que se as próprias empresas de cartões não se mexerem para baixar as taxas, o setor de consumo vai pressionar o governo para que haja mudanças, assim como ocorreu com a abertura do mercado de credenciamento de lojistas. Após pressão do setor de varejo e do Banco Central, este mercado se abriu a novos competidores em julho de 2010.
O argumento dos varejistas é que nos países desenvolvidos, como os Estados Unidos, é cobrada uma taxa por cada operação de débito. Pellizzaro destaca que muitos pequenos varejistas preferem não aceitar alguns pagamentos neste tipo de cartão.
Pelo lado do setor de cartões, o presidente da Cielo, Rômulo de Mello Dias, diz que se o cartão de débito não trouxesse valor ao comerciante, ele não seria utilizado. "Esse tipo de cartão foi criado para substituir o cheque e o dinheiro e ele vem sendo eficiente nessa tarefa", disse o executivo, destacando que o plástico de débito traz mais segurança ao lojista, pois a transação é um débito automático em conta corrente."
Veículo: DCI