A Abras divulgou na manhã desta quarta-feira (28) o desempenho dos principais indicadores do setor, dentre eles o Volume de Vendas, o Índice de Vendas e o AbrasMercado, em entrevista coletiva para a imprensa. Entre janeiro e agosto deste ano, as vendas do setor acumulam alta de 4,27%, em comparação ao mesmo período de 2010. Já as vendas reais do setor supermercadista em agosto de 2011 cresceram 3,91% em relação a agosto de 2010, de acordo com o Índice Nacional de Vendas. Em comparação com julho deste ano, houve queda de -2,20%. Esses índices já foram deflacionados pelo IPCA do IBGE.
Em valores nominais, o Índice de Vendas da Abras apresentou crescimento de 11,42% em agosto em relação a agosto de 2010 e queda de -1,84% sobre julho deste ano. O acumulado nominal, de janeiro a agosto de 2011, chega a 11,08%, na comparação ao mesmo período do ano passado.
“O mercado interno ainda não sentiu os efeitos da crise global e o setor mantém o ritmo dos meses anteriores. A estabilidade do nível de emprego e a massa salarial crescente elevaram o patamar de consumo. Acreditamos que os supermercados deverão manter essa trajetória e encerrar o ano com vendas em torno de 4% de crescimento”, diz o superintendente da Abras, Tiaraju Pires.
Categoria que mais contribuem com o crescimento de 2011
Top 10 Crescimento (variação de Volume > 3%): Variação de Volume YTD10 x YTD11- Total Autosserviço Brasil
Ranking: Variação ponderada pela importância em faturamento das categorias para o Total Cestas- Fonte: Nielsen/ Retail Index
Índice de Volume cresce 2,5% até agosto
De acordo com o Índice Nacional de Volume, pesquisado pela Nielsen para a Abras, o autosserviço brasileiro apresentou, até agosto de 2011, crescimento de 2,5% nas vendas em volume, em comparação ao mesmo período de 2010.
O desempenho foi puxado pelas cestas de bebidas alcoólicas, com 7,2%, e perecíveis, com 5,2%. Também registraram crescimento as cestas “outros” (cigarros, alimentos para gatos, filtros de papel, entre outros) com 3,9%; bebidas não alcoólicas, com 3,1%; higiene e beleza, com 2,4%; limpeza caseira, com 1,4% e mercearia doce, com 1,2%. A única cesta que apresentou retração em volume foi a de mercearia salgada, que recuou -0,6%, influenciada principalmente pelo óleo e azeite (queda de -7,2%) e arroz (queda de -5,1%).
Os produtos que apresentaram as maiores altas percentuais, em termos de volume de vendas, foram: cerveja (4,3%); chocolate (13,1%); vinho (34,5%); suco de frutas pronto para consumo (18,6%); cigarro (6,0%) e salgadinhos para aperitivo (10,2%). Os produtos com as maiores quedas percentuais, em termos de volume de vendas, foram: além dos já citados óleo, azeite e arroz, café em pó e grãos (-4,0%); sabão em barra (-12,9%); farinha de trigo (-7,9%); massa alimentícia (-3,6%); e leite condensado (-4,4%).
“O crescimento do volume de vendas do vinho mostra a movimentação das classes sociais mais baixas que passaram a consumidor produtos que antes elas não consumiam”, explica Tiaraju Pires.
Comentando o desempenho do volume de venda em relação ao ano anterior, o superintendente da Abra, Tiaraju Pires, explica que “a desaceleração das vendas em volume nos supermercados brasileiros nesses oito meses em relação ao ano passado, deve-se pelo largo consumo verificado em 2010, com destaque para bebidas alcoólicas, produto que teve consumo impulsionado não somente pelo ganho do poder aquisitivo das classes mais baixas, mas também pela Copa do Mundo”, finaliza.
Índice de Volume desacelera e fecha agosto com alta de 2,5%
Legenda: Variação de Volume, Valor e Preço – YTD11 x YTD10 (JJA)
Base: 134 Categorias de Produto – Autosserviços Brasil – Fonte: Nielsen | Retail Index
AbrasMercado apresenta alta de 2,14% em agosto, em comparação a julho
Em agosto, o AbrasMercado, cesta de 35 produtos de largo consumo, analisada pela GfK e pelo departamento de economia da Abras, apresentou alta de 2,14% em relação a julho deste ano. Já na comparação com agosto de 2010, o AbrasMercado apresentou alta de 11,58%, passando de R$ 270,94 para R$ 302,32.
Os produtos com as maiores altas em agosto, na comparação com julho, foram: tomate, com 7,09%; carne traseiro, com 6,50%; e frango congelado, com 4,50%. Já os produtos com as maiores quedas foram: cebola, com -11,56%; batata, com -11,04%; e farinha de mandioca, com 3,35%.
Em agosto, a região Centro-Oeste teve a cesta de produtos mais cara. “Todas as regiões apresentaram aumento na cesta de produtos, mas na região centro-oeste foi maior, com 3,09%. Um dos fatores é a logística da região, com cidades mais distantes, também familiares com maior número de pessoas e também o consumo de produtos como carnes”, explica Tiaraju Pires.