O setor supermercadista brasileiro vivencia um déficit de 100 mil vagas devido à falta de mão de obra qualificada. É o que estima o presidente da Associação Brasileira dos Supermercados (Abras), Sussumu Honda. Em entrevista exclusiva ao DCI, ele disse que o setor emprega diretamente 1 milhão de pessoas e indiretamente emprega cerca de 3 milhões de pessoas em função da operação dos supermercados com todas as cadeias produtivas, que envolvem diversas indústrias, o setor de agronegócios, pecuária, setor de petróleo, entre outros.
Na avaliação de Sussumu Honda o problema do "apagão de mão de obra" não atinge somente o setor, mas também outros como o de construção civil. "Cabe a nós estarmos tratando desse tema da questão de capacitação, pois nós estamos falando de um nível de desemprego de quase 10%, que não tem capacitação para estar atendendo às nossas demandas, então há uma responsabilidade social nesse aspecto de também fazer uma capacitação e não esperar que o governo faça. Isso é um trabalho que diz respeito ao nosso setor que eu acho que é função nossa", diz.
Além da mão de obra, Sussumu Honda disse ainda que o setor precisa melhorar alguns índices de produtividade, pois para uma gestão eficiente há necessidade de melhoria do desempenho e da eficiência atendendo melhor o consumidor. Isso será possível com a utilização de novas tecnologias. Segundo Honda, as indústrias de softwares oferecem novas soluções, entre elas, a implantação da etiqueta eletrônica.
Os supermercados de todo o País já estudam a implantação do sistema em breve substituindo as etiquetas de papel pelas eletrônicas dando mais segurança, com melhores informações e menos erros a nível operacional. "Essa é uma tecnologia que vai ser massificada praticamente no Brasil. O custo das etiquetas eletrônicas já é coerente hoje, porque a etiqueta eletrônica era um produto muito caro pelo fato de ser importado. Hoje nós podemos falar num custo que até pequenas empresas podem estar utilizando. Para a implantação da etiqueta eletrônica para um hipermercado nós estamos calculando um investimento próximo de R$ 500 mil e para um mercado de mil metros quadrados o cálculo está entre R$ 100 mil e R$ 150 mil", comenta.
Sussumu Honda disse que a Abras está trabalhando junto ao governo para que pequenas empresas tenham acesso a financiamento para a implantação da etiqueta eletrônica, pois isso representaria bem estar do consumidor e melhoria de serviços utilizando recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) destinados a esse tipo de aquisição com financiamento a um custo mais baixo.
Veículo: DCI