O setor supermercadista brasileiro deverá fechar 2011 com um faturamento de R$ 220 bilhões, o que representa uma alta de 10% ante dados registrados em 2010. No entanto, a alta do dólar pode alterar os resultados. A afirmação foi feita pelo presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda, em entrevista ao DCI
De acordo com o executivo, o momento instável na economia mundial, de alguma forma irá respingar no setor. "Certamente, alguma coisa deve ser afetada nesse final de ano em função do dólar", avaliou o representante, "essa situação [a alta repentina do dólar] é muito mais turbulenta porque vem exatamente no mês em que o setor começa a fazer suas definições, inclusive para o final de ano".
"Algumas categorias de produtos já estão definidas. Se nós falarmos de panetone, por exemplo, a produção já está definida, pois em setembro você já encontra panetone nas lojas, mas existem algumas categorias de produtos que podem sofrer um impacto, já que o mercado precifica esse tipo de situação, essa volatilidade do dólar", advertiu.
De acordo com o executivo, o crescimento d 10% no faturamento das redes em 2011, representa um crescimento real deflacionado de 4% a 4,5%, acompanhando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIP) do País.
Investimentos
Sussumu Honda disse ainda que o setor planeja investir para 2012 mais de R$ 5 bilhões entre construção de novas lojas, reformas de lojas já existentes e tecnologia. Segundo ele, tem sido verificado de forma consistente que supermercados de médio porte regional tem investido na ampliação de suas lojas. "Nós sabemos que está ocorrendo de uma forma muito consistente nos mercados do interior do Brasil, como no centro oeste; no nordeste, principalmente; e no norte que é a reforma 'formiga', eu a gente fala. Aquela pequena loja de 100 m², que o dono está mexendo e transformando numa loja de 200 m²".
Crise
O presidente da Abras acredita que para 2012, apesar da crise, as expectativas são boas para o setor, em decorrência do mercado interno que, há 7 anos ininterruptos, registra aumento nos níveis de consumo. A expectativa é positiva porque no início de 2012 deve ser divulgado o ajuste do salário mínimo e isso tem uma importância muito grande.
Quase 50 milhões de brasileiros recebem seus salários baseados no piso nacional, seja por aposentadoria ou por meio do próprio trabalho.
"Um incremento de 12% a 13% praticamente no salário mínimo ele representativo. Nós estamos falando de alguma coisa próxima a R$ 40 bilhões de inserção de recursos para consumo, porque o recurso quando é passado no salário mínimo ele vai praticamente para consumo de alimentos. Nós já temos isso garantido", explicou Sussumu Honda.
O presidente da Abras esteve em Campinas, no interior de São Paulo, durante a semana passada, para participar da 45ª convenção da entidade, no Royal Palm Plaza Resort.
Veículo: DCI