Por Vitor Stocchi
O Grupo Pão de Açúcar planeja listar suas ações em índices de sustentabilidade social das Bolsas de Valores de São Paulo e de Nova York nos próximos meses, uma iniciativa que pode tornar seus papéis mais atraentes para fundos que investem em empresas sustentáveis.
O primeiro passo será incluir as ações do maior grupo varejista brasileiro no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBovespa, disse Hugo Bethlem, vice-presidente do Grupo Pão de Açúcar, em entrevista concedida à SuperHiper em Nova Iorque. Em seguida, a companhia pleiteará a inclusão de suas ADRs, ou American Depositary Receipts, em índices de sustentabilidade norte-americanos.
Para se candidatar aos índices, o Pão de Açúcar está preparando um relatório de sustentabilidade que inclui dados sobre a emissão de gases causadores do efeito-estufa em toda a sua cadeia de negócios - desde fornecedores até pontos de venda, incluindo detalhes sofisticados como a pegada de carbono resultante de viagens dos executivos do grupo.
"A gente pretende estar mais visível para os fundos de investidores que acreditam que esse é um diferencial para ações que eles colocam em carteira. Esse é o tipo de fundo que nós estamos procurando, porque são fundos que acreditam em investimento de médio e longo prazo", afirmou Bethlem durante sua participação na NRF, feira anual da Federação Nacional de Varejo, dos Estados Unidos.
A coleta de dados será feita por meio de um aplicativo criado pela SAP, o SAP Carbon Impact, que monitora e gerencia as emissões de carbono loja a loja. O Pão de Açúcar é a primeira empresa latino-americana a licenciar o sistema, disse Bethlem.
Com a adoção do aplicativo, o Pão de Açúcar espera ter uma fotografia completa sobre suas emissões de carbono até meados de fevereiro, disse o executivo. O próximo passo será tomar iniciativas para reduzir as emissões.
"Essa redução trará benefícios diretos ao negócio, como economia de energia elétrica, de fornos a gás, de roteiros de transporte, negociação com fornecedores para que eles cheguem aos nossos centros de distribuição através de fábricas mais próximas", disse Bethlem.
Além das possibilidades de economia, o sistema também permitirá a comparação de produtos concorrentes no quesito de sustentabilidade ambiental, levando em conta seus níveis de emissão de carbono.
"Agora não é só uma análise puramente econômica, mas é uma análise econômica e ambiental", disse Bethlem.
Fonte: Revista SuperHiper cobertura especial da NRF 2012