Varejistas mantém otimismo

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De acordo com setor supermercadista, o câmbio e as manifestações não devem ter grande impacto no faturamento

Mesmo comas perdas do comércio devido aos recentes protestos pelo país e como impacto do dólar mais alto sobre os preços dos importados, a entidade que representa o setor supermercadista, Abras, manteve ontem a previsão de alta de 3,5% das vendas do setor em 2013.

Para o gerente de departamento de economia e pesquisa da Abras, Flávio Tayra, algumas redes podem ter sofrido com o fechamento antecipado de lojas em alguns dias úteis de junho por causa das manifestações, mas o mês deve ser até melhor do que maio para o setor. “Junho tem cinco finais de semana cheios, os melhores dias de venda no setor”, afirmou Tayra, acrescentando que a maior parte das vendas nos supermercados não são compras por impulso e sim por necessidade.

No mês passado, as associadas da Abras faturaram 4,28% a mais que no mesmo período do ano passado. Nos primeiros cinco meses do ano, o avanço das vendas reais nas redes foi de 2,17% ante igual período de 2012.

O aumento do dólar tampouco deve afetar significativamente os custos das empresas, segundo Tayra. Ele afirmou que os produtos importados respondem por cerca de 3% dos artigos ofertados nos supermercados. A entidade levanta dados com quase 100 empresas do setor.

As vendas reais do setor acumulam alta de 2,17% no ano, em comparação com o mesmo período de 2012, de acordo como Índice Nacional de Vendas, divulgado mensalmente pela associação.

Em maio,o Abrasmercado, cesta de 35 produtos de amplo consumo, apresentou alta de 1,29%, em relação a abril deste ano, passando de R$ 357,98 para R$ 362,59. No acumulado do ano, o Abrasmercado apresentou crescimento de 6,09%. Os produtos com maiores alta no mês, foram batata (10,97%), feijão (7,46%), farinha de mandioca (4,63%) e carne dianteira (3,81%). As maiores quedas foram do óleo de soja (-3,82%), tomate (-3,40%), açúcar (-3,07%) e arroz (-2,22%).

Em maio, a cesta da Região Norte permaneceu como a mais cara do país, com alta de 3,74%, a maior variação regional em relação a abril/13 e atingiu R$ 443,27.

Analistas do mercado têm outro ponto de vista

Ao contrário da Abras, analistas do varejo já enxergam algum impacto para as companhias do setor devido aos protestos

Em relatório, o BTG Pactual estimou que os últimos eventos podem diminuir as vendas das empresas no segundo trimestre, que acaba esta semana, em 1%a 2%. Nos cálculos, o banco assumiu que cinco dias úteis de manifestações teriam forçado as lojas nas principais cidades a antecipar seu fechamento por volta do meio-dia e que estas unidades representariam50% das vendas totais das redes varejistas no país.

Mesmo que a mudança do tráfego normal de clientes não tenha um grande impacto de valor para as empresas, os papéis das varejistas negociadas em bolsa podem sofrer consequências, disseram os analistas do Citi.

Em relatório, eles acrescentaram que “qualquer perda relacionada às interrupções será significativa para as
ações” em um cenário de mal-estar generalizado com os mercados emergentes, com o Brasil sofrendo em “dose extra por conta das suas políticas macroeconômicas e de dados mais fracos do consumo.”“ Enquanto as variáveis de renda afetam todos que vendem para os consumidores brasileiros, achamos que as manifestações nas ruas atingem principalmente a venda de produtos mais caros em shoppings, as varejistas, além das fornecedoras de restaurantes”, disse o banco.



Veículo: Brasil Econômico


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