As vendas do comércio varejista restrito cresceram 1,9% no mês de julho sobre junho, na série com ajuste sazonal, acumulando uma alta de 3,5% no ano e de 5,4% em 12 meses, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado veio acima do teto do intervalo das estimativas dos analistas, que esperavam desde uma queda de 0,40% a uma alta de 1,20%, com mediana de 0,20%.
O clima positivo se estende aos empresários do setor supermercadista que estão otimistas em relação às vendas e crescimento para o restante de 2013 e 2014.
A meta do setor varejista é chegar de 7% a 8% do Produto Interno Bruto (PIB) em médio prazo, cinco anos. Hoje esse índice é de 6%. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) mantém a projeção de crescimento deste ano em 3,5%.
Para que isso aconteça, é necessário maior poder de negociação com a indústria fornecedora, conforme afirmou o diretor presidente para operação brasileira da rede chilena Cencosud, Sergio Pedra. "Não podemos aceitar o pedido da indústria que acredita que devemos vender mercadoria abaixo do nosso custo operativo", disse o executivo durante a 47ª Convenção Abras, em Atibaia, no interior de São Paulo.
Com faturamento de US$ 20 bilhões em 2012 e considerada a quarta maior rede supermercadista em operação no Brasil, a rede está em nove estados brasileiro em diferentes bandeiras como Bretas, GBarbosa, Prezunic e a delicatessen premium Perini.
O bom resultado do varejo foi ressaltado pelo governo. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, os números comprovam que há uma recuperação do consumo no país.
Para ele, a queda da inflação ajuda ao reforçar o poder aquisitivo do consumidor.
Empresários projetam alta nas vendas e ainda no PIB setorial
Os empresários do setor supermercadistas mostram-se otimistas em relação às vendas e crescimento para o restante deste ano, assim como com as perspectivas para 2014. Tanto que a meta do setor varejista é chegar a 7% ou 8% do Produto Interno Bruto (PIB) em médio prazo, cinco anos. Hoje esse índice é de 6%. Além disso, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) mantém a projeção de crescimento deste ano em 3,5% para 2013.
Para que isso aconteça, é necessário maior poder de negociação com a indústria fornecedora, conforme afirmou Sergio Pedra diretor-presidente para operação brasileira da Cencosud. "Não podemos aceitar o pedido da indústria que acredita que devemos vender mercadoria abaixo do nosso custo operativo", disse o executivo durante a 47º Convenção Abras, em Atibaia, no interior de São Paulo.
Fundada no Chile há 50 anos, a rede se inseriu no Brasil adquirindo redes de médio porte em Goiás, Minas Gerais, Bahia e no Rio de Janeiro, sendo elas: Bredas, GBarbosa, Prezunic e a delicatessen premium Perini. Mesmo com a forte atuação no Nordeste, recentemente a Cencosud abriu escritório em São Paulo que já conta com 70 funcionários. "Temos alguns colaboradores e isso vai crescer. Mesmo Minas Gerais e Rio de Janeiro sendo os nossos maiores mercados de atuação, estar em São Paulo é fundamental", argumentou Pedra.
Com faturamento de US$ 20 bilhões em 2012 e considerada a quarta maior rede supermercadista em operação no Brasil, a vinda para São Paulo pode ter sido estratégica. "Nós já estamos em São Paulo, só não temos lojas".
Questionado sobre a possibilidade de abrir essa operação na capital, Sergio Pedra afirmou que, por questões estratégicas, não falaria sobre a expansão, pois essas medidas requerem cautela, mas afirmou que o Brasil é um País importante para investimentos. "Nós seguimos crescendo as nossas vendas e o Brasil é um País estratégico dentro da América Latina para o fortalecimento da rede", afirmou ao DCI e completou: "Estamos há 50 anos no mercado, mas, no Brasil ainda somos muito recentes. Estamos no começo."
A importância é evidenciada pelos números da empresa, a que mais cresceu nos últimos três anos e já é considerada a 50º maior no Brasil.
Nos últimos 10 anos, a Cencosud cresceu em 20 vezes o seu tamanho, além de ter 368 supermercados entre alguns países da América Latina. No Brasil, está presente com as suas diferentes bandeiras em nove estados e em 60 regiões diferentes. A chave do sucesso, segundo Pedra é o atendimento ao consumidor, a qualidade dos produtos ofertados em suas redes e o respeito a regionalização das suas operações. Além da qualidade do que é ofertado e o mix que atende as necessidades regionais do consumidor, Pedra explicou que sistemas eficientes de gestão e de logística são essenciais para a saúde de qualquer empresa do segmento supermercadista.
Quem também acredita que atendimento qualificado e indústria mais efetiva são fundamentais para que o varejo supermercadista e outros nichos do setor cresçam de forma sustentável, é Enéas Pestana, CEO do Grupo Pão de Açúcar (GPA). Outro ponto destacado pelo executivo é que enquanto o brasileiro, seja ele consumidor ou empresário, continuar desconfiado da conjuntura econômica, a situação pode piorar. "A inflação já foi muito maior que isso e eu sobrevivi. As medidas do governo estão no caminho certo e ainda há muito potencial de consumo".
Uma das estratégias da rede é fidelizar o consumidor, logo atender de melhor forma possível o cliente em todas as suas necessidades de compra é fundamental. Outro ponto ressaltado pelo executivo foi a redução de custos. No GPA, duas das medidas tomada foi a centralização da produção (padarias, etc.) e a utilização de sistemas tecnológicos que previnem as perdas.
"Conseguimos reduzir significativamente preços errados nas gôndolas".
IBGE
As vendas do comércio varejista restrito cresceram 1,9% no mês de julho sobre junho, na série com ajuste sazonal, acumulando uma alta de 3,5% no ano e de 5,4% em 12 meses, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio acima do teto do intervalo das estimativas dos analistas, que esperavam desde uma queda de 0,40% a uma alta de 1,20%, com mediana de 0,20%. Na comparação com julho de 2012, a alta é de 6,0%. O resultado do varejo restrito em julho deste ano foi o melhor na comparação mês a mês desde janeiro de 2012, quando a variação foi de 2,8% ante dezembro de 2011.
Na comparação com julho de 2012, as vendas do varejo cresceram 6,0% em julho deste ano.
Mantega
O resultado das vendas no varejo comprova que há uma recuperação do consumo no País, avaliou o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo ele, a queda da inflação tem ajudado a melhorar o resultado. "[Isso] mostra que a queda da inflação já está possibilitando que o consumidor tenha mais poder aquisitivo, o crédito está melhorando um pouquinho e isso se reflete nas vendas do varejo que foram muito boas."
Veículo: DCI