Redes buscam desoneração para novas lojas

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O setor supermercadista trabalha agora em busca da desoneração para a abertura de novas unidades. Enquanto o trabalho das redes se apoiou na luta por incentivos de itens de cesta básica no ano passado, este ano a bandeira das entidades setoriais, que representam mais de 83 mil lojas, distribuídas entre pequenas, médias e até as bandeiras líderes do setor, é pela redução de custos na expansão, com apoio na construção e aquisição de maquinários.

O segmento espera ter um Produto Interno Bruto (PIB) setorial de 6% ao longo deste ano e, para que isso aconteça, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e a Associação Paulista de Supermercados (Apas) garantem estar em contato com a cadeia fornecedora e o governo federal, para alinhar pensamentos no propósito de conseguir novas desonerações fiscais. Outra meta é a de encontrar soluções plausíveis contra os maiores vilões do setor: "a inflação, a ruptura no ponto de venda, a excessiva tributação e as margens baixas".

A labuta parece árdua, mas segundo o presidente da Abras Fernando Yamada, o bom desempenho do segmento nos últimos anos, em especial em 2013, quando as bandeiras nacionais cresceram 5,5% e houve faturamento de R$ 272 bilhões (montante nominal), mostram o potencial que os empresários do setor têm perante os órgãos administradores do País. "Geramos mais empregos que os demais setores da economia. Com o consumo e a renda em patamares elevados conseguiremos atingir o PIB setorial que almejamos", diz Yamada, que ainda administra a bandeira supermercadista Yamada, na região Norte do País.

Conforme o especialista, para atingir a meta do PIB, só a desoneração não será eficiente, mas algumas medidas anunciadas pela presidente Dilma Rousseff na última semana serão um impulsionador. "A presidente anunciou o aumento de 10% no programa assistencial Bolsa Família. Isso trará mais de R$ 2,5 bilhões para a economia nos próximos meses", argumentou, mostrando otimismo com o montante que será revertido em consumo.

Com o aumento do poder de compra, atrair o consumidor ao ponto de venda por meio da venda de consórcios também está entre as medidas vistas pela Abras, em conjunto com os milhares de supermercadistas do País. "O público que frequenta o supermercado é aquele que consome consórcio também. Então, para atraí-lo até uma loja vamos oferecer esse serviço financeiro", disse. Em um primeiro momento, Yamada afirmou que o consórcio de motos e carros de menor valor agregados já podem ser vendidos nas redes. "Isso será feito em quiosques, pois não administraremos esses consórcios, apenas vamos vendê-los."

Indústria

A atuação em conjunta com a indústria também será mais efetiva, a partir do momento em que a busca pelo melhor preço tem sido senso comum entre as atividades. Assim, a cadeia fornecedora fará mais promoções de ativação do ponto de venda, como sorteios e brindes com o mote da Copa do Mundo. "Muitas empresas patrocinadoras, estão com ações promocionais para aproveitar a sazonalidade que a Copa do Mundo trará ao segmento. Mesmo quem não patrocina, entrou na onde "verde e amarela" para promover aumento no volume de vendas", argumentou Yamada.

Pegando gancho da Copa, que está a menos de 35 dias de começar, o presidente da Apas, João Galassi ressaltou a necessidade das bandeiras de ajustarem os seus estoques. Pesquisa realizada pela Nielsen identificou que no começo deste ano, um número significante de supermercados sofreu com a falta de produtos nas gôndolas. "Ninguém esperava o verão que fez este ano, e mesmo com o planejamento feito muitas bandeiras sofreram com a ruptura no ponto de venda", disse ele. Refrigerantes tiveram mais de 15% de ruptura nas lojas; seguidos de cerveja com 5%; suco pronto 8% e sorvete 3%. "Se o consumidor entrou na loja e não encontrou o produto, além de perder a venda daquela categoria, em específico, o supermercadista perdeu o cliente também que desistiu de levar qualquer outro produto", diz Galassi. E a pesquisa da Nilsen comprova essa premissa. Enquanto 72% dos consumidores costumam comprar outro produto que atende a necessidade, 25% trocam de loja e outros 3% desistem da compra.

"Só a Copa do Mundo movimentará R$ 1,8 bilhão durante um mês e o empresário tem de saber aproveitar realmente esse movimento", apontou Galassi. Estima-se que as categorias água mineral, bolachas, café em pó, cerveja, chocolates, drops (caramelos e pastilhas), gomas de mascar, industrializados de carnes, refrigerantes, salgadinhos, sobremesas prontas e sucos (em pó, concentrados e prontos), sejam as com maior incremento no volume de venda no período.



Veículo: DCI


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