Recuo nas vendas será percebido apesar da melhora no desempenho do setor em função das festas de fim de ano
A crise econômica e política que atinge o Brasil vai impactar o resultado do setor supermercadista nacional, que deve fechar o ano com queda nas vendas de 0,3% em relação a 2014, o pior desempenho desde 2006. Em Minas Gerais, que representa 11% do total do segmento no País, a situação é semelhante. Também haverá redução nas vendas e o faturamento previsto para o Estado é de R$ 33,5 bilhões, segundo estimativa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
No Brasil, a perspectiva é que o faturamento alcance R$ 330 bilhões em 2015, um aumento nominal de 10% em relação a 2014, quando os supermercadistas fecharam com receita de R$ 300 bilhões.
Conforme o presidente da entidade, Fernando Yamada, mesmo com o aumento no faturamento, os resultados não são animadores, já que o recuo nas vendas será percebido apesar da esperada melhora no desempenho do setor no segundo semestre em função das festividades de fim de ano. Até julho, os supermercadistas registraram queda nos índices de vendas de 0,2%.
"Sabemos que este semestre é melhor para o varejo, mesmo assim não acredito que essa perspectiva negativa seja revista. uma tendência, mas vamos tentar revertê-la para que no ano que vem voltarmos a crescer", afirmou Yamada durante coletiva realizada na convenção anual da Abras, em Atibaia (SP).
De acordo com o dirigente, o Brasil já enfrentou crises piores do que a atual. "Se o governo conseguir controlar a inflação, acreditamos que as vendas do varejo em 2016 voltem a ser positivas", disse. Os indicadores da Abras apontam que o índice nacional de vendas do setor deve fechar 2016 com alta de 0,4%.
Retomada - Para Yamada, a retomada para o crescimento passa necessariamente por mais investimentos em infraestrutura, ainda muita precária, e simplificação tributária. "Sugerimos ao governo que invista mais nesse em, que alavanca o desenvolvimento do País. Também defendemos que esse é o melhor momento para o governo simplificar a máquina. Não pedimos que desonere nada, mas que simplifique o pagamento dos tributos. Essa é a nossa diretriz", salientou.
Em relação ao novo pacote fiscal para conter gastos e ampliar receitas proposto ontem pelo governo - que, entre outras medidas, prevê aumento de impostos e a volta da CPMF -, o presidente da Abras afirmou que a entidade é literalmente contra ao aumento de tributos.
"Nossos clientes, especialmente os da classe C, são os mais penalizados pela atual situação do Brasil. Nós defendemos o não aumento de tributos. O Brasil precisa fazer seu dever de casa, sabemos que há outras formas de se fazer o ajuste fiscal sem onerar mais ainda população", enfatizou.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG