Na crise, supermercadistas e indústrias estreitaram relações para garantir vendas, o fomento da atividade industrial e os melhores preços para o consumidor. O Fórum da Revista Super Negócios, publicação gerida pela Associação do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ), abordou na terça-feira, 20/3, como essa nova relação impactou no comportamento pós-crise. O objetivo foi discutir as perspectivas para o setor e levar reflexões sobre o que os empresários podem esperar para esse ano. 
Fábio Queiróz, presidente da ASSERJ, iniciou o painel com uma menção direta a situação do Estado do Rio de Janeiro. "Os indicadores mostram que o país começa a ter uma retomada econômica, no entanto, o estado não apresenta um crescimento proporcional ao restante do país. No entanto, estamos passando por um ponto de virada", disse.
Para Fábio, a melhor parte da crise foi aprender com os momentos que viveram, e a aproximação dos supermercados com as indústrias. Entre os fatores que contribuem com a retomada estão a baixa taxa de juros, a inflação controlada e a retomada da empregabilidade.
Representando os supermercadistas, Paulo Drago, diretor-geral do Supermercado Prezunic/Cencosud, falou sobre a estratégia comercial que a rede adotou ao se aproximar das indústrias para superar a crise. O executivo ressaltou que o planejamento foi a palavra de ordem. "Quando o varejista fornece uma garantia para a indústria, um horizonte de médio a longo prazo, isso vira música para eles. E para os supermercados também, pois melhora a logística, o abastecimento, o controle do estoque, e o que todo mundo quer: a disponibilidade do produto na gondola, a todo tempo".
Para Drago, os varejistas devem se planejar "de mãos dadas com a indústria" para eventos sazonais e datas comemorativas.
Sérgio Duarte, vice-presidente da FIRJAN afirmou que as dificuldades impostas pelas taxas tributárias, que chegam a 47%, dificultam a evolução e o crescimento das empresas no Brasil. "O empresário industrial brasileiro é extremamente competente, mas não consegue ser competitivo. É um setor massacrado porque é fácil tributar", disse.
Sérgio enalteceu o papel da FIRJAN em estimular e gerar otimismo entre os empresários. "ASSERJ, ABRAS e FIRJAN, precisamos ajudar os nossos associados a melhorarem seu ambiente de negócios", frisou.
Alexandre Almeida, vice-presidente de Operação Brasil da BRF, afirmou que o cenário de crise do restante do país não foi diferente do Rio de Janeiro, porém, ressaltou que as promoções por aqui são uma constante. Isso gerou uma provocação em relação à hora de rever e diminuir as promoções nas gôndolas para aumentar as margens.
Para Alexandre, é preciso avaliar o modelo de negócio do cliente. "O meu produto atende o modelo de negócio do meu cliente? Se atender vou brigar para tê-lo na gondola. Esse ano não é para crescer margem, e sim crescer volume". O executivo defendeu que as promoções devem ser incrementais e atrair fluxo de loja.
Paulo Drago pontuou que no momento em que a crise acontece "o varejo está estocado", e que esse estoque precisa girar. Para ele, esse foi um dos aprendizados da crise. "Pela primeira vez vimos a indústria preocupada com o estoque do varejo, e sim, gastamos muito dinheiro com promoções''.
Outra reflexão que surgiu durante o painel foi estarem atentos a mudança do comportamento do consumidor. Perguntas como: o que esperar dos novos hábitos de consumo que estão por vir? E como se preparar para atender a uma demanda cada vez mais exigente e personalizada? surgiram na pauta do painel. "Quem conhece o seu consumidor sai na frente, o varejo tem que se preparar para conhecer seu clientes e ser mais assertivo, e não jogar tanto dinheiro fora com promoção desnecessária", completou Drago.
Sérgio Duarte reforçou esse ponto de vista. "Teremos um consumidor novo, com expectativas totalmente diferentes do que já vimos, é preciso estar preparado."
Fábio Queiróz encerrou o painel fazendo uma provocação aos participantes sobre uma integração, pautada por uma discussão surgida na ASSERJ sobre resgatar a magia da Páscoa. Como exemplo, o presidente citou uma consumidora infantil que pediu uma barra de chocolate para a família, em vez do tradicional ovo de páscoa.
"Indústria e supermercadistas precisam se unir em campanhas de marketing integradas para difundir um conceito que interessa aos dois. Na minha infância não fazia caça a barras de chocolate, era a caça aos ovos." Todos se comprometeram em agir de forma colaborativa nesse desafio.
Super Rio Expofood
A 30ª edição da Super Expofood, realizada pela Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ), em parceria com a Escala Eventos, acontece até o dia 22 de março no Riocentro, na cidade do Rio de Janeiro. O evento acontece este ano, em parceria com a 52ª Convenção Abras, que está sendo realizada no pavilhão 5 do Riocentro.
Fonte: Assessoria de Comunicação da ASSERJ
