Os supermercados regionais e de médio porte apresentam taxas de crescimento superiores as das grandes redes e acima também da média do ramo. Alguns varejistas, como o Grupo Pereira, Muffato e Savegnago tiveram expansão no faturamento bruto de mais de 16% no ano passado, enquanto o setor cresceu 4,3%.
Os dados fazem parte do “Ranking Abras”, pesquisa divulgada ontem pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) durante sua convenção anual. O levantamento mostra que, dentre as vinte maiores empresas de supermercados, a que mais cresceu em 2017, na comparação com os dados do estudo anterior, foi o Grupo Pereira.
A empresa, dona das marcas Comper, Fort Atacadista e Bate Forte, viu um avanço de 18,97% na receita bruta, que somou R$ 5,77 bilhões. Na sequência, em termos de maior expansão, ficou a rede paranaense Muffato, que cresceu 18,39%, atingindo um faturamento de R$ 6,012 bilhões e figurando na quinta colocação do ranking.
O cenário se repetiu com outras companhias do mesmo perfil – atuação focada em uma região e tamanho médio – analisadas no estudo. O Savegnago, por exemplo, cresceu 16,87% e os Supermercados BH, de Minas Gerais, 10,45%. De acordo com os dados da Abras, as duas maiores do País, Carrefour e Grupo Pão de Açúcar, apresentaram crescimentos bem inferiores, de 1,12% e 7,7%.
O melhor desempenho dos supermercados regionais é explicado, principalmente, pelo perfil de atendimento mais próximo do cliente e pela facilidade de entender melhor o consumidor local. O estilo de atuação permite, dentre outras coisas, que as redes ofereçam um mix de produtos mais condizente com as necessidades da região.
“Os supermercados regionais conseguem se adaptar mais rápido e entender melhor o seu consumidor. As grandes redes muitas vezes tentam padronizar tudo”, explica o diretor da consultoria GfK, Marco Aurélio Lima.
“Temos visto um desempenho melhor desses supermercadistas nos últimos anos. Quem coloca o cliente no centro e entende o que ele quer acaba se saindo melhor e, quando se tem menos lojas, é mais fácil fazer isso de forma assertiva”, complementa a consultora de varejo da Nielsen, Ana Szasz.
Panorama
O setor como um todo registrou no ano passado faturamento bruto de R$ 353,2 bilhões, mostra o estudo da Abras. Comparado com os R$ 338 bilhões apurados em 2016, a alta foi de 4,3%, em termos nominais. “Foi um ano difícil, o desemprego e a perda de renda ainda afetaram o setor”, diz o presidente da entidade, João Sanzovo Neto.
Em relação a abertura de novas lojas, houve avanço, mas em um ritmo menor do que o registrado em 2016 e 2015. Segundo a associação, o número de pontos de venda cresceu 0,4%, para 89,3 mil. Em 2016 a expansão foi de 0,5% e em 2015 de 1,2%. Já em número de vagas, o avanço foi de 1,1%, na comparação interanual, para 1,822 milhões de empregos formais.
Fonte: Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo