O faturamento do setor supermercadista mineiro chegou a R$ 35 bilhões em 2017, cerca de 10% dos R$ 353,2 bilhões alcançados pelos supermercados de todo o Brasil no ano passado. O valor do Estado representa um aumento de 6% em relação a 2016, enquanto o nacional, 4,3%, na mesma base de comparação. A importância e representatividade do setor de Minas para o brasileiro ficam claras pelo fato de que cinco das 20 maiores empresas do setor varejista estão no Estado.
Os números foram divulgados ontem (19), pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), na 52ª edição da Convenção Abras, que é realizada até amanhã, no RioCentro, na capital fluminense, em parceria com a Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj), durante a 30ª edição da Super Rio Expofood.
“Sem dúvidas, os supermercados mineiros têm grande importância para o setor. A maioria tem registrado crescimento mesmo diante da crise e dado exemplo para todo o Brasil, com operações bem realizadas e com foco no cliente”, resumiu o presidente da Abras, João Sanzovo Neto.
Segundo ele, prova maior disso é a presença de cinco redes do Estado na lista dos 20 maiores do País em termos de faturamento em 2017. São elas: Supermercados BH; DMA Distribuidora, detentora da rede Epa Supermercados; Mart Minas; Bahamas; e Grupo Multiformato, controlador do Supernosso.
Sanzovo Neto destacou que a movimentação das empresas no ranking varia de ano a ano, em função da estrutura de cada empresa, seus planos estratégicos e o mercado de atuação. “As empresas de Minas, há algum tempo, vêm juntas mantendo seus 10% de fatia do mercado nacional. Como algumas regiões ganharam espaço, significa que alguém perdeu para Minas continuar. E é aí que está o acerto. Manter a posição, mesmo diante de um cenário de crise”, analisou.
Trabalho bem feito - A consultora de Tendências de Varejo da Nielsen, Ana Szasz, complementou que os supermercados mineiros realizam trabalho tão bem feito nesse sentido, que novas marcas, inclusive, têm dificuldade de entrar no mercado estadual. “Os índices de crescimento de cash & carry em Minas, por exemplo, são bem menores do que os nacionais”, revelou a representante do instituto, que faz a pesquisa com a Abras todos os anos.
De acordo com o ranking da Abras, que teve o Carrefour no topo da lista mais uma vez, com faturamento de R$ 49,6 bilhões, o primeiro destaque mineiro ficou por conta do Supermercados BH Comércio de Alimentos Ltda, que manteve a sétima posição na lista. A rede faturou cerca de R$ 5,4 bilhões em 2017. Em 2016, a empresa apresentou faturamento de R$ 4,9 bilhões.
Na décima posição aparece a DMA Distribuidora S/A, detentora do Epa Supermercados, com faturamento de R$ 3,3 bilhões. A rede também manteve o lugar no ranking de 2016 para 2017, porém, um ano antes seu resultado foi de R$ 3,1 bilhões.
O Mart Minas Distribuição Ltda saiu do 21º lugar em 2016 para o 14º no ano passado. O faturamento da empresa foi de R$ 2,2 bilhões em 2017. Já o Supermercados Bahamas S/A, mais uma vez, ficou em 16º no top 20 do setor. O faturamento da rede do interior do Estado saiu de aproximadamente R$ 2 bilhões em 2016 para R$ 2,19 bilhões no exercício passado.
Por último, a Multiformato Distribuidora S/A (Supernosso) encerrou o ano passado com R$ 2,1 bilhões em faturamento e ficou em 19º no ranking do setor. Apesar de ter registrado crescimento, a empresa diminuiu de posição, já que um ano antes apareceu em 15º, com faturamento de R$ 2 bilhões.
“Foi um ano difícil, com recessão, crise econômica, desemprego e perda de renda, mas conseguimos registrar a criação de 20 mil novos empregos, crescimento de 0,4%. Também houve crescimento em faturamento e vendas. São números positivos, uma vez que o setor representa 5,4% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional”, defendeu o presidente da Abras aos jornalistas.
Em termos de perspectivas, Sanzovo Neto falou que o cenário econômico brasileiro indica recuperação, a partir das expectativas positivas e manutenção dos baixos índices de inflação e juros. E que, segundo pesquisas da entidade, 63% dos empresários acreditam que seus negócios vão melhorar nos próximos meses.
“Tivemos deflação sobre os alimentos, mas já há aumento em volume de vendas. A previsão é de crescimento de 3% em 2018. É a partir dessa perspectiva otimista que os investimentos virão. Aí, teremos novas vagas de emprego, geração de renda e um novo ciclo positivo para o setor”, aposta.
Mas, para isso, defende o presidente, o Brasil precisará manter o ritmo de recuperação da economia, que precisa continuar descolada da crise política, principalmente por se tratar de um ano eleitoral. “Nosso setor se destaca por ser sempre o último a sentir os efeitos de uma crise e o primeiro a se recuperar. Trabalhamos com margem baixa, mas temos essa vantagem”, concluiu.
Fonte: Conecs