Alternativas criativas, investimentos em tecnologia, novos produtos e revitalização dos pontos de venda auxiliam os supermercados americanos a superar os desafios dos últimos anos
*Renato Muller
Os últimos dois anos não têm sido simples para os supermercados. Pandemia, inflação, problemas na cadeia de suprimentos e falta de funcionários nas lojas têm sido desafios em todo o mundo. Segundo o recém-publicado relatório “The Food Retialing Industry Speaks”, do FMI – Food Industry Association, fornecedores e varejistas concordam que a inflação vem sendo um problema: 78% das lojas e 90% dos fornecedores perceberam um aumento dos custos, que nem sempre pode ser repassado.
“A inflação é um problema para fornecedores e varejistas, mas tem sido uma questão ainda mais preocupante para os consumidores, que têm tido dificuldade de colocar comida na mesa”, afirma Leslie Sarasin, CEO do FMI. Como consequência desse cenário, 86% dos fornecedores e 85% dos varejistas têm sentido pressão sobre as margens, o que obriga as empresas a buscar mais eficiência e produtividade. Para 70% dos varejistas, problemas na cadeia de suprimentos têm impactado negativamente seus negócios. Há um ano, esse índice era de apenas 42%.
A alternativa para contornar esse aumento de dificuldades tem sido a inovação em canais, produtos e serviços. Nove em cada 10 supermercadistas americanos vendem online, uma alta de 42% em apenas um ano. A aceleração de alternativas omnichannel, como o “clique e retire”, também acompanha essa busca por novas formas de entregar valor para os clientes.
Para os supermercados americanos, um problema grande trazido pelo varejo online é o aumento do volume pago às operadoras de cartão de crédito. O uso de cartões responde por 85% das vendas online e as operadoras ficam com 1% do volume vendido (1,4% no caso de redes com menos de 10 lojas), o que corresponde a uma parcela significativa dos lucros da operação.
Com isso, investimentos em tecnologia se tornaram prioridade, com 73% das empresas investindo em pedidos digitais, modalidades de delivery, precificação dinâmica e sistemas de pagamento móvel. O varejo tem investido cerca de 1,7% do faturamento em novos sistemas, metade do que a indústria vem investindo. Outro foco é a revitalização das lojas, com aumento da área destinada a produtos frescos e ampliação da oferta de itens de fornecedores locais. “A pandemia levou os consumidores a buscar mais opções de produtos frescos, saudáveis e convenientes. Quem tem conseguido entregar essas opções vem crescendo mais rápido”, completa Sarasin.
Redação SuperHiper