O faturamento dos supermercados do interior cresceu mais do que o registrado pelos estabelecimentos localizados nas capitais, de acordo com estudo da consultoria Nielsen. As vendas nas cidades médias e pequenas cresceram 13,3% no ano passado. Nas capitais, a expansão foi de 7,8%. Com isso, as cidades maiores vêm perdendo participação no Índice de Potencial de Consumo (IPC), que passou de 35% para 33% entre 2010 e 2011. Na outra ponta, cidades interioranas abocanham fatia maior do faturamento total do setor, com participação de 48%.
Na divisão por localidades, o destaque nas vendas das cidades do interior ficou com a Região Centro-Oeste, que apresentou expansão de 25%, seguida da região Sudeste, com 16,1% entre 2010 e 2011. "Há uma desconcentração do consumo nas capitais e um crescimento mais acelerado nas pequenas e médias cidades. Esse fenômeno já vinha ocorrendo, mas no ano passado ficou mais evidente", afirma Mariana Andrade, analista de mercado da Nielsen. A pesquisa também mostrou que houve avanço de 13% no número de novos supermercados no interior paulista, ante expansão de 8% nas capitais.
Oportunidades – A analista da Nielsen chama a atenção para as oportunidades de negócios nas cidades menores, onde o consumo está mais acelerado em decorrência de aumento do crescimento demográfico, mais investimentos do setor privado, industrialização e maior geração de empregos nessas localidades. "É hora de as grandes cadeias de varejo, ainda concentradas nas capitais, olharem o interior de outra forma."
A pesquisa também mostrou tratar-se de um crescimento de consumo qualitativo. Ou seja, os moradores das cidades menores começam a optar por categorias de produtos mais sofisticados.
Destacam-se as vendas de pratos semiprontos, molhos especiais, sorvetes, queijos cremosos, geleias e cereais em barra. O estudo foi apresentado nesta semana durante a Feira da Associação Paulista de Supermercados (Apas), que terminou ontem.
Veículo: Diário do Grande ABC