Quando começou as vendas pelo Shopfato, no ano passado, o grupo Muffato, dono da maior rede de supermercados do Paraná, decidiu aumentar o prazo de entrega, em relação ao tempo praticado no segmento, para não decepcionar os clientes. "Trabalhamos com um ou dois dias a mais que o prometido pelos concorrentes", diz Everton Muffato, um dos diretores. "E fazemos 90% das entregas antes do prometido." Segundo ele, a estratégia, desde o início, foi atuar na contramão de outros sites e ganhar credibilidade.
No modelo tradicional de vendas, a rede Muffato tem 35 lojas e faturou R$ 2,3 bilhões no ano passado. O Shopfato, que tem 15 mil itens à venda e faz entregas em todo o país, foi resultado de dois anos de desenvolvimento e entrou no ar em abril de 2011. Everton diz que a operação on-line "está no azul" e mantém a intenção de tornar-se uma das cinco maiores do país. Ele não revela prazos para a meta e os investimentos feitos. Hoje, o site tem cerca de 1 milhão de acessos por mês, ainda bem menos que os grandes concorrentes.
O centro de distribuição do Shopfato fica em Londrina e tem 10 mil m2. Além do estoque próprio, há mercadorias que saem direto dos fabricantes. A entrega é terceirizada e é feita por mais de 50 parceiros logísticos. "É preciso ter alguém que chegue até uma favela do Rio e também quem leve os produtos no prazo até a Amazônia", afirma. O empresário garante que os atrasos não chegam a 1% das compras. "Quando há algum problema, resolvemos caso a caso", conta.
Antes do site, o grupo já atendia compras feitas pela internet nas áreas de atuação dos supermercados, no Paraná e interior de São Paulo. Com a experiência adquirida em um ano nas vendas pelo Shopfato, os prazos de entrega em algumas praças foram revistos para baixo. Um dos exemplos é o município de São Paulo. Antes, o prazo oferecido era de quatro a cinco dias. Agora, são dois a três dias. "Mas estamos conseguindo entregar em 24 horas", diz.
Embora diga que o resultado do negócio está dentro do esperado, o empresário reclama da "tributação complexa" e da baixa rentabilidade. "O brasileiro usa e-commerce como oportunidade, não como serviço. É quase como um leilão eletrônico." Uma das apostas em andamento são parcerias com outras empresas para atrair clientes, com áreas personalizadas de vendas criadas em conjunto com as indústrias. Segundo ele, há três negociações em andamento.
Veículo: Valor Econômico