Walmart tem prejuízo no Brasil e revê expansão

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Em processo de reestruturação no Brasil, o comando do Walmart informou ontem que registrou um "leve" prejuízo operacional no país. Nesse cenário, a companhia decidiu reduzir a velocidade de crescimento orgânico para tentar melhorar rentabilidade das lojas já existentes. "A expansão da área de vendas [no país] vai diminuir em relação ao plano original", informou a rede em relatório de resultados. Portanto, o número de lojas a serem abertas neste ano deve ser menor que o de 2011.

Normalmente, pontos recém-inaugurados exigem altas somas de investimento (um hipermercado custa hoje de R$ 30 milhões a 35 milhões) e lojas registram margens de retorno mais baixas nos primeiros anos de operação, exigindo das varejistas elevados gastos em promoção e em campanhas para atrair tráfego de clientes.

A informação sobre o menor ritmo de aberturas já havia sido comentada pela área internacional do Walmart em maio, em teleconferência com analistas, porém com menos detalhes. Essa redução no ritmo está contabilizada no plano de expansão anunciado pela rede no país meses atrás, segundo informou ontem a subsidiária brasileira. A companhia planeja inaugurar de 40 a 50 lojas no Brasil em 2012. Em 2011, foram abertos 52 pontos de venda.

De janeiro a junho, foram abertas 12 lojas do Walmart no país. No mesmo período, o Pão de Açúcar (em varejo alimentar) abriu 5. O Carrefour não abriu nenhuma.

"Como mencionamos no último trimestre, decidimos desacelerar o nosso crescimento de novas lojas no Brasil para assegurar que estamos construindo uma base sólida para aumentar as vendas 'mesmas lojas' e expandir o 'preço baixo todo dia'", disse ontem Doug McMillon, presidente do Walmart International. "Tomamos esta decisão [desacelerar aberturas] no ano passado e por isso este ano o crescimento tem sido mais lento do que seria", afirmou ele.

As vendas da rede no segundo trimestre no Brasil cresceram 10,2% sobre igual período de 2011. As vendas "mesmas lojas" (abertas há mais de 12 meses) tiveram alta de 5%. O tíquete médio cresceu 6,5%, e o tráfego caiu 1,5% quando comparado ao ano passado. Isso quer dizer que há menos pessoas nas lojas e quem vai, gasta mais.

A varejista ressaltou que está priorizando melhorias em duas operações principais, no Brasil e na China e, para isso, precisou adotar essa postura menos agressiva no crescimento orgânico. "Nós nos entusiasmamos demais no Brasil e na China", afirmou o principal executivo financeiro do Walmart, Charles Holley.

"Nós seguramos o crescimento [nos dois países] para permitir que as equipes possam focar no 'preço baixo todo dia'", disse Holley. Maior rede de varejo do mundo, e terceira maior no Brasil, o Walmart continua a colher resultados dos mercados mais maduros, que ainda geram a maior parte de receita e do crescimento dos lucros.

A política comercial do "preço baixo todo dia", mencionada por Holley, busca estabilidade maior no valor cobrado ao consumidor, sem aumentos e quedas bruscas nos preços. Walmart tentou implantar essa política quando desembarcou no Brasil, há 17 anos. Não deu certo e começou a adotar a prática das promoções e ofertas. No início de 2011, voltou à política do "preço baixo todo dia", quando Marcos Samaha assumiu a presidência das operações no Brasil.

A empresa entende que implementar essa política de estabilidade nos preços elimina custos (de campanha, com frequentes renegociações com a indústria, entre outros) e isso pode diminuir despesas operacionais - que ainda pesam negativamente na operação brasileira.



Veículo: Valor Econômico




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