Bandeira própria é pouco usada em MG

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Modalidade responde por apenas 3,9% das vendas dos supermercados; Amis diz que falta conhecimento.



Para aumentar as vendas e fidelizar os clientes, os supermercados têm apostado nos cartões de crédito com bandeira própria como mais uma opção de pagamento para o cliente. De acordo com pesquisas da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), 55,7% estabelecimentos do país já adotaram a modalidade que contribui com uma participação de 12,6% no faturamento. Em Minas Gerais, a medida ainda não dominou o mercado. Segundo a Associação Mineira de Supermercados (Amis), esse meio de pagamento tem uma participação de apenas 3,9% nas vendas contra 25,6% das compras com cartões de bandeiras diversas.

O superintendente da Amis, Adilson Rodrigues, acredita que o cartão com bandeira própria pode ser excelente meio de relacionamento com o bom cliente. "No Brasil, a cultura sempre foi de conhecer o cliente mau pagador. Desses, a gente sabe até o endereço. Mas e o cliente exemplar, como fica?  necessário estreitar os laços com o consumidor, conhecer o perfil de cada um e personalizar o atendimento", destaca.

Para Rodrigues, a prática é interessante e lucrativa, apesar de ainda ser pouco explorada no Estado. "Entendo que os gestores não têm desfrutado de todo o potencial que a modalidade proporciona. Talvez falte conhecimento ou até mesmo estratégia".

Para implantar o sistema, é fundamental que o diretor analise o plano de ação da empresa e as estratégias estabelecidas com a prestação do serviço. "Os cartões bandeirados tradicionais avançam muito e são especialistas no mercado. O varejo não tem tempo necessário para aprimorar a operação e executá-la tão bem como as demais, por isso, deixa de usar os benefícios da modalidade de bandeira própria por falta de conhecimento", esclarece o superintendente.

Rodrigues comenta que os maiores usuários dessa espécie de pagamento são os grandes supermercados, pois costumam estabelecer condições melhores para utilizá-lo. "Os pequenos estabelecimentos não conseguem negociar vantagens para usufruir os benefícios que o serviço oferece, então, preferem canalizar as energias para outras atividades. As redes maiores obtêm a bandeira própria a custos mais baixos, juros bem estabelecidos e conquistam o retorno almejado".

O diretor comercial do Super Mais Supermercado, Diogo Pertence, disse que, por enquanto, não há planos para adotar a modalidade nas duas lojas que ficam localizadas no bairro Floresta, região Leste da Capital. "Acredito que algumas características do serviço o tornam inviável para um estabelecimento de médio porte como o nosso. Queremos oferecer algo a mais para o cliente, então preferimos focar nossos esforços em promoções, estoques e, assim, concorrer com um preço mais baixo no mercado", explica.

Pertence não descarta a possibilidade de aderir à modalidade, mas acredita que o crescimento anual de 10% é mantido graças à fidelização do cliente por algo tangível e, não, por uma bandeira. "O diferencial do Super Mais são os produtos e os preços".


Dotz - Uma rede um pouco maior, mas que também não aderiu à nova forma de pagamento é o Super Nosso, que está há 14 anos na Região Metropolitana de Belo Horizonte. As 14 lojas voltadas para os públicos A e B, em vez de oferecerem um cartão com bandeira própria adotam o programa de fidelidade Dotz, que já detém 71% dos clientes da empresa e gerou um incremento de 7% nas vendas no último ano.

De acordo com o diretor de operações da rede, Edmilson Anacleto, as classes que lideram a clientela da empresa não são fidelizadas pelo apelo ao crédito. "Os consumidores com poder aquisitivo maior são mais atraídos por outras vantagens. E o Dotz tem um custo-benefício positivo, pois, através do sistema de coalizão e troca, o cliente ganha pontos nas compras realizadas em nosso estabelecimento e em nossos parceiros, e concentra os gastos no Super Nosso", conclui.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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