Duas das mais tradicionais cooperativas agropecuárias do Rio Grande do Sul - a Cotrijuí, de Ijuí, e a Cotrimaio, de Três de Maio - uniram forças para aumentar o poder de barganha frente aos fornecedores, reduzir custos e ampliar as margens da operação de varejo. A estratégia foi a união das respectivas redes de supermercados na recém-criada Redecoop, que prevê faturamento combinado de R$ 220 milhões em 2012, com vendas para cooperados e não cooperados, e já negocia a entrada de outras parceiras no negócio.
"Três cooperativas estão negociando a adesão", diz o vice-presidente da Cotrimaio, Antônio Wünsch. A meta é reunir dez sócios em cinco anos, atingir faturamento de R$ 1 bilhão e dobrar o índice de sobras líquidas (margem líquida) no período.
A Redecoop nasce com 30 lojas no noroeste e no centro do Estado, mas a meta é chegar também ao norte do Rio Grande do Sul. A Cotrijuí entrou com 16 supermercados e receita estimada em R$ 180 milhões em 2012, 30% a mais do que em 2011. Já a Cotrimaio aportou 14 unidades e projeta faturamento de R$ 40 milhões (alta de 11% sobre 2011).
"Com a união teremos ganhos de escala e vamos melhorar os resultados dos supermercados", explica o gerente geral da nova rede e gerente de varejo da Cotrijuí, Auri Boff. Ele informa que um dos planos é criar, "em breve", uma bandeira única de cartão de crédito para a Redecoop. "Vamos comprar e vender melhor para os nossos clientes", acrescenta Wünsch.
Para a Cotrimaio, a criação da rede também pode significar a ampliação do mix de produtos, como eletrodomésticos, em suas lojas. Hoje, o portfólio é concentrado em alimentos, bebidas, ferramentas e brinquedos.
Parte do aumento das margens dos supermercados virá da redução de custos com logística. Os fornecedores entregam as mercadorias nos centros de distribuição das cooperativas, mas com o aumento de escala parte dos produtos poderá ser entregue diretamente nos pontos de venda.
Veículo: Valor Econômico