Novo supermercado promete vender de sabão a vinho produzidos de forma ética sem cobrar os olhos da cara
Um lugar para comprar banana orgânica a preço de banana é o mundo ideal de vegetarianos, ambientalistas e simpatizantes.
Mas, na vida real, o consumidor brasileiro ainda tem que suar para encaixar no orçamento doméstico as compras de alimentos produzidos a partir de princípios chamados sustentáveis, quase sempre muito mais caros que os outros, por isso mesmo.
A proposta do supermercado Apanã, na zona oeste de São Paulo, é inverter essa lógica e democratizar o consumo de produtos que ainda são rotulados como alternativos.
Lojas que têm versões orgânicas para todos os itens de uma lista padrão de supermercado e as vendem a preços competitivos são comuns na Europa e nos EUA.
Por aqui, as ofertas de orgânicos e naturais estão pulverizadas em diferentes pontos de venda, a maioria muito mais para empório chique do que para supermercado -com variedade de produtos limitada e preços condizentes com o luxo.
A estratégia do Apanã é oferecer tanto variedade quanto bons preços -na semana passada, o quilo de banana orgânica valia R$ 3,20, contra R$ 4,12 o da banana comum no site do supermercado Pão de Açúcar.
Nem todos os itens são mais baratos que os não orgânicos, mas o lugar está se esforçando para "bater" os preços dos concorrentes diretos. Com alface a R$ 1,50, tomate por R$ 7,90 o quilo e morangos (350 gramas) a R$ 5,69, concorre com grandes chances na categoria "melhores preços" de orgânicos.
Não é só amor à causa. Segundo um dos sócios do Apanã, o português Miguel Carvalho, é lógica de mercado.
Uma pesquisa realizada pelos empreendedores antes da abertura do negócio identificou um milhão de consumidores habituais de orgânicos, naturais e afins na cidade de São Paulo.
Agora, esse público pode se divertir em um só lugar, sem ter que pagar tão mais caro por sua escolha.
Além de hortifrútis, a loja reservou várias prateleiras para produtos de limpeza e para cosméticos naturais.
Há também uma boa oferta de grãos, sementes e frutas secas a granel, e de congelados para a turma que não come carne. O bufê de almoço tem opções de culinária viva, vegana e ovolactovegetariana por R$ 17.
Veículo: Folha de S.Paulo