Apesar das declarações de Michael Klein, família ainda aguarda auditoria da KPMG
As declarações de Michael Klein, presidente do conselho de administração da Viavarejo, de que os problemas com o Grupo Pão de Açúcar acabaram e que ele não quer modificar o contrato surpreenderam executivos que acompanham as duras negociações entre a família Klein e a gigante de varejo.
“Talvez as fichas estejam começando a cair”, afirmou um executivo do setor. “Sem considerarmos o que vem sendo colocado ao longo dos últimos meses, veremos que não há elementos para manter a contenda”, avalia. Na prática, segundo apurou o BRASIL ECONÔMICO, a família Klein ainda espera a finalização do estudo da KPMG para decidir se vai ou não pedir uma nova câmara de arbitragem.
A análise da consultoria deve ficar pronta entre os dias 10 e 15 de dezembro. “Estamos esperando os resultados para tomar as providências devidas”, afirma um executivo que trabalha juntamente à família Klein, em relação a possibilidade de os Klein entrarem com o pedido de arbitragem.
A análise da KPMG vai desvendar afinal uma questão que surpreendeu o varejo: que negociação foi essa que fez com que a família de Samuel Klein, que fundou a Casas Bahia há 60 anos, perdesse o controle da maior rede de eletroeletrônicos do país.
Em outubro, o grupo informou ao mercado que contratara a consultoria KPMG para realizar um trabalho de “escopo específico” nas empresas Casas Bahia, Globex (Ponto Frio) e Imóveis Bartira, que fazem parte da holding Viavarejo.
Segundo executivos que acompanham as negociações, a família Klein alega que inconsistências nas contas da Globex favoreceram a participação do Pão de Açúcar na Viavarejo - que ficou com 53% do negócio, enquanto os donos da Casas Bahia, ficaram com 47%. Vale lembrar que, no montante final, os imóveis da Casas Bahia não entraram na negociação, o que, na teoria, fez a diferença na parte que coube aos Klein.
Veículo: Brasil Econômico