Reunião marcada para este mês confirmará corte de R$ 100 milhões em viagens e segurança
A próxima reunião do conselho de administração do Grupo Pão de Açúcar deve acontecer na primeira quinzena deste mês. Nela, será apresentado o orçamento do próximo ano, incluindo alguns pontos polêmicos como o corte de benefícios da família Klein e do empresário Abilio Diniz, sócios na Viavarejo, braço de eletroeletrônicos do grupo.
Agora, tudo que vale para a família Klein vale também para Diniz. Esta foi a determinação de Jean-Charles Naouri, dono do Casino e sócio majoritário do Grupo Pão de Açúcar. O empresário francês se mostrou incomodado com as regalias dadas às famílias dos dois empresários. A pedido de Naouri, o presidente do Grupo Pão de Açúcar, Enéas Pestana, entregou na última sexta-feira ao comitê de recursos humanos da empresa uma proposta de corte de custos a qual estipula uma redução de quase R$ 100 milhões por ano em segurança pessoal e uso de aviões particulares.
Agora, o limite para os gastos de ambas as famílias é de R$ 1,3 milhão por mês. Segundo um executivo próximo às negociações, a proposta ainda terá de ser aprovada na reunião marcada para a segunda quinzena deste mês. Desde a fusão entre Casas Bahia e Ponto Frio, que resultou na criação da Viavarejo, a medida era esperada. Inicialmente foi o próprio Grupo Pão de Açúcar que contestou os gastos da família Klein com seguranças e viagens. Mas como os dois são sócios minoritários, coube a Naouri equilibrar a questão.
Procurado, o Grupo Pão de Açúcar não quis comentar o assunto. A determinação de Naouri não ajuda emnada a melhorar o clima de beligerância entre os sócios. Na semana passada, por exemplo, Abilio Diniz, foi impedido de entrar em uma reunião operacional do Grupo Pão de Açúcar na França. Executivo ligado ao Casino afirmou que o empresário brasileiro estava ciente de que não poderia participar, quando decidiu pegar um avião e ir até Paris.
Do outro lado, Diniz informou por meio de comunicado que impedi-lo de entrar na reunião foi um ação insensata do Casino. Afinal, como presidente do conselho de administração da empresa ele acredita que teria direito de participar das decisões que seriam tomadas na ocasião. O clima esquentou entre Diniz e Naouri em meados do ano passado quando o brasileiro tentou negociar, às escondidas, uma fusão do Grupo Pão de Açúcar com o Carrefour.
Já com Michael Klein, filho do fundador da Casas Bahia, a situação azedou já nos primeiros meses de sociedade. Há alguns dias, o empresário viajou à Paris para falar com Naouri sobre seu descontentamento. Michael e sua família não estão confortáveis com o contrato assinado em 2010, no qual os Klein ficaram com 47% da rede formada por Casas Bahia e Ponto Frio. Eles querem rever o contrato pois acreditam que tenham saído prejudicados financeiramente da negociação. Cogita-se também a família estaria interessada em comprar o controle da Viavarejo.
Veículo: Brasil Econômico