Rede de atacarejo passou os últimos dois anos reformando pontos
Este foi mais um ano de análise para o Assaí, bandeira de atacarejo do Grupo Pão de Açúcar. Em dezembro de 2011, o presidente da rede, Belmiro Gomes, havia terminado de implantar diversas mudanças nas lojas para deixá-las mais eficientes. E na época anunciou a retomada da expansão. Se em 2011, por conta dos ajustes, apenas dois novos pontos de venda tinham entrado em operação, de 2012 até o final de 2014, seriam um total de 60 inaugurações. No entanto, passado um ano, a rede saiu de 59 para 60 lojas.
Agora, a companhia afirma que a expansão será realizada a partir de 2013. Ao que tudo indica, o período sem aberturas foi necessário para Gomes ter certeza de que o Assaí estava no rumo certo. Entre asmudanças realizadas, estão alguns ajustes no sortimento. Quando decidiu ganhar outros estados, a rede paulista se deparou com um novo tipo de consumidor: o dono de mercadinhos, o qual tem uma demanda diferente dos proprietários de restaurantes e lanchonetes, o público típico de São Paulo.
Outra medida foi dar às lojas maior capacidade de armazenagem, para que elas dependessem menos dos centros de distribuição. Aumentar o pé-direito das unidades e acabar como alguns departamentos — como as padarias e os açougues—ajudaram neste objetivo.
Aprovação
As transformações facilitaram o dia a dia do diretor comercial da rede, Wlamir dos Anjos. Para este Natal, o executivo preferiu adiantar os pedidos de alguns produtos como linguiças e frangos. E espaço não foi problema. As encomendas foram feitas em setembro, quando, normalmente, este itens podem ser encomendado semanalmente.
“O maior gargalo do setor de alimentos, seja comércio ou indústria, é a logística. Decidimos antecipar as compras de alguns produtos para evitar a falta deles nas gôndolas”, diz Anjos. Para este Natal, a expectativa é de um crescimento de 25% nas vendas dos produtos típicos do período, como aves, panetones, bebidas e cestas de natalinas. “As mudanças implementadas nos últimos tempos no Assaí foram importantes para o crescimento das vendas”, afirma. A expectativa positiva da rede também diz respeito ao momento pelo qual passa o consumidor. Com mais dívidas e menos crédito, as pessoas devem comprar menos bens duráveis. “Assim, sobra mais dinheiro para fazer uma ceia mais farta”, acredita.
Começo do ano
Ao contrário do varejo, as empresas de atacado não costumam fazer as tradicionais queimas de estoque em janeiro. Isto porque as margens neste segmento são ainda mais apertadas do que as verificadas nos supermercados tradicionais. Portanto, se sobrar panetone, por exemplo, Anjos terá que recorrer aos fabricantes para tirar os produtos das prateleiras.
“Vamos vender tudo, mas quando sobra produtos a alternativa é recorrer a uma ação conjunta com a indústria.” Com a anuência do fabricante, o produto pode ser comecializado a umpreço menor, mas neste caso, o custo dele para a loja, também cai. O Assaí foi fundado em 1974 e comprado pelo Grupo Pão de Açúcar em 2007, quando tinha 14 unidades.
Veículo: Brasil Econômico