Casino diz que não vai negociar a Viavarejo 'sob pressão'

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Em mensagem enviada ontem a Abilio Diniz, presidente do Casino diz nunca ter recebido oferta formal pela empresa


Depois de barrar Abilio Diniz na reunião dos diretores do Grupo Pão de Açúcar com o Casino, na última segunda-feira, o francês Jean-Charles Naouri enviou ontem mais um duro e-mail ao sócio brasileiro. Na mensagem, de poucas linhas, o controlador do GPA diz que não aceita "negociar sob pressão e ataques" e dá a entender que, na visão dele, os dois lados estão longe de chegar a um acordo sobre a venda da rede de eletrodomésticos Viavarejo, que reúne as lojas Casas Bahia e Ponto Frio.

 

A intenção de Abilio é comprar a Viavarejo dando em troca, como pagamento, a maior parte das ações que possui no Pão de Açúcar mais as 61 lojas da rede que pertencem à sua família. A oferta seria feita ao Casino e à família Klein, sócia minoritária na empresa.

 

Mas Naouri afirma na mensagem que nunca recebeu uma proposta formal de Abilio para que tivessem início as negociações em torno da Viavarejo. "Ao longo dos últimos cinco meses, desde nossa última reunião em Paris em 25 de Junho, nós nunca recebemos algo concreto e viável do seu lado", diz o texto. "As ideias trazidas por seus assessores têm como objetivo reescrever a história e nunca reconheceram que temos um contrato vinculante que prevê um contexto claro para sua saída."

 

O e-mail do francês é uma resposta à mensagem que Abilio enviou a ele no domingo, antes de embarcar para Paris e tentar participar da reunião na qual foi barrado. Naquela mensagem, Abilio pedia uma definição sobre o futuro da sociedade: "Quando nos encontramos com os nossos advogados em Paris, em 25 de junho, concordamos em entrar em negociações sobre algumas alternativas para a minha saída da nossa sociedade. (...) Desde então se passaram cinco meses."

 

Proposta. Fontes próximas ao Casino afirmam que até agora as propostas foram verbais, não faziam sentido, e por isso não foram levadas adiante. Do lado de Abilio Diniz, a informação de pessoas próximas ao empresário é de que a necessidade de uma proposta formal nunca esteve em questão. "Eles já têm todos os elementos necessários para tomar uma decisão", diz uma fonte próxima a Abilio.

 

Em nota, o empresário disse que "sempre cumpriu os contratos firmados e continuará cumprindo". Afirmou também que "não há qualquer intenção de reescrever a história", como disse Naouri no e-mail.

 

Sócios desde 1999, Abilio e Casino passaram a brigar em 2010 quando o empresário negociou, na surdina, a fusão do Pão de Açúcar com o Carrefour - maior rival do Casino.

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


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