Magazine Luiza quer R$ 1 bi com loja virtual

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Modelo de ponto de venda sem estoque responde por 5% da receita e custa 85% menos



A varejista Magazine Luiza planeja intensificar a aposta nas lojas virtuais—pequenas lojas físicas com catálogos eletrônicos —, segmento ainda pouco explorado pelas empresas brasileiras com o qual a companhia espera atingir faturamento de R$ 1 bilhão em 2014.

“O conceito de lojas físicas está mudando”, disse o diretor de vendas e marketing da empresa, Frederico Trajano, em encontro com analistas e investidores, citando “problemas estruturais” em lojas no formato megastore. “Estamos conseguindo crescer com metragem bem inferior à dos nossos principais concorrentes.”

A varejista tem hoje 106 lojas virtuais com 150 metros quadrados e umterminal para cada vendedor, contendo catálogo eletrônico de produtos disponíveis nos centros de distribuição, o que permite a venda de itens que estejam em estoque na loja.

Além de contribuir para otimizar os estoques, o segmento, que responde por 5% do faturamento da empresa, demanda apenas 15% do investimento que costuma ser feito em uma loja tradicional. Nos nove meses de 2012 até setembro, a varejista teve receita bruta de R$ 6,4 bilhões. Segundo Trajano, o objetivo de ter faturamento de R$ 1 bilhão com as unidades virtuais deve ser atingido “em dois anos”. A empresa não divulga o atual nível de vendas das lojas virtuais isoladamente.

Já o comércio eletrônico, que responde por 13% do faturamento da rede, também deve seguir no foco da varejista. A companhia prevê reduzir o prazo de entrega em56% e o valor do frete em 60% no comércio online com um novo projeto de logística chamado “entrega multicanal”, que já está sendo implementado, disse Trajano, citando ainda a entrada da empresa no segmento de venda direta via redes sociais.

Vendas maiores em 2013

Após sofrer uma desaceleração nos ganhos deste ano, resultado do processo de integração de redes adquiridas e do cenário macroeconômico do país, a Magazine Luiza garantiu que o próximo ano será marcado por uma retomada dos números.

Nesse sentido, o diretor superintendente da empresa, Marcelo Silva, estimou nesta sexta-feira crescimento de pouco mais de 10% nas vendas mesmas lojas em 2013. “Vamos perseguir dois dígitos de vendas mesmas lojas em 2013... pode ser dois dígitos baixos, mas não podemos ter vendas (mesmas lojas) abaixo disso”, disse. Esse crescimento, segundo ele, deve ser apoiado nas redes integradas recentemente — Lojas do Baú e Maia.

No terceiro trimestre, a varejista viu as vendas pelo conceito que considera lojas em operação há pelo menos 12 meses subirem 9,6%. “Os resultados têm que ser melhores, aproveitando o que foi feito este ano. Teremos margens melhores, teremos melhoria do Ebitda com a maturação das lojas adquiridas e, consequentemente, vamos melhorar nosso lucro líquido em 2013”, acrescentou Silva.

Segundo ele, a Magazine Luiza não considera integrar outras redes no curto prazo. “Não devemos fazer aquisições em 2013, não está em vista e não estamos contemplando no planejamento, mas o Conselho pode encontrar algo excepcional... se houver, não vai ser uma grande aquisição”, afirmou.

A integração da rede Lojas do Baú foi apontada pela presidente da varejista, Luiza Helena Trajano, como um dos principais fatores que prejudicaram os resultados da companhia ao longo deste ano. “A compra do Baú atrapalhou a gente este ano... mas não me arrependo, era uma preço muito baixo”, disse Luiza.

A empresa adquiriu a rede do Grupo Silvio Santos em meados de 2011, mas a integração das lojas ocorreu ao longo deste ano, ao mesmo tempo em que a varejista integrava também a Lojas Maia, de origem nordestina. “Peço desculpas pelos resultados abaixo do esperado, mas não foi fácil integrar 250 lojas”, afirmou a executiva. A companhia concluiu as integrações no mês passado.

No terceiro trimestre, a varejista viu seu lucro líquido desabar 79,9% ante igual período de 2011, para R$ 2,3 milhões.OEbitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) caiu 25,4% na mesma comparação, a R$ 68,8 milhões.


Veículo: Brasil Econômico


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