Pão de Açúcar enfrenta desaceleração

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O Grupo Pão de Açúcar (GPA) foi afetado pela agressiva competição no varejo, deflação no preço de produtos e menor demanda no fim de ano, disseram analistas de mercado, e isso resultou numa taxa de crescimento nas vendas no quarto trimestre abaixo do nível do trimestre anterior. A empresa admite que "poderia ter sido melhor" o desempenho do quarto trimestre, mas entende que, apesar do desaquecimento, "entregou o resultado esperado no ano", disse Vitor Fagá, diretor de relações com investidores do GPA.

Segundo desempenho de vendas publicado pela empresa na sexta-feira, a companhia registrou receita bruta de R$ 57,234 bilhões em 2012, alta de 8,6% sobre 2011 - exatamente o valor mínimo (piso) previsto pela rede. A receita líquida foi de R$ 50,9 bilhões no ano (alta de 9,3%), em linha com a previsão de R$ 51 bilhões dos analistas. Ao se descontar a inflação do período (IPCA), a alta real na receita líquida foi de 3,5% em 2012.

"O varejo no país deve crescer de 5% a 7% [nominal], abaixo da expansão de 9% do grupo no ano. Isso quer dizer que ganhamos participação de mercado", disse.

Analistas apresentaram as suas comparações entre o alcançado pela rede e o previsto pelo mercado. De outubro a dezembro, a receita bruta do GPA (alimentos e eletroeletrônicos) cresceu 8,4% (versus alta de 8,7% de julho a setembro) e atingiu R$ 16,4 bilhões, 4% abaixo do valor previsto pelos analistas do Deutsche Bank. A receita bruta "mesmas lojas" (abertas há mais de 12 meses) no GPA aumentou 5,8% - o Deutsche previa 7,7%. "Nós estávamos otimistas, e continuamos dessa forma em 2013. [O ano] poderia ter sido melhor, mas entregamos o esperado", disse Fagá, ao comentar a estimativa (piso) de R$ 57,2 bilhões em vendas em 2012.

"Em termos de desempenho das vendas globais, não acho que o mercado ficou tão surpreso com os números. Por outro lado, valores globais de 'mesmas lojas' foram relativamente fracos em relação a tendência que o grupo tinha ao longo do ano, indicando alguns sinais de menor demanda, um ambiente agressivo competitivo, e pressão da deflação em algumas categorias", informa relatório do Deutsche.

A empresa divulgou dados relativos a Via Varejo, empresa controlada pelo GPA, formada da união de Casas Bahia e Ponto Frio. Os dados também mostram desaceleração nas vendas da empresa no último trimestre do ano. As vendas brutas (mesmas lojas) de Via Varejo cresceram 7,5% em 2012 (ao descontar a inflação, a alta real é de 1,6%). As vendas brutas totais subiram no 7,8% no ano passado. No quarto trimestre, a alta foi de 6,9%. No trimestre anterior, a expansão foi maior, de 7,8%.



Veículo: Valor Econômico




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