SÃO PAULO – O presidente do Conselho de Administração da BRF (ex-Brasil Foods, empresa que surgiu da união de Sadia e Perdigão), Nildemar Secches, pode formalizar nesta sexta-feira, em reunião do colegiado, a decisão de deixar o cargo ao fim de seu mandato, em 9 de abril. No final de 2012, Secches já havia manifestado a intenção de sair aos executivos da companhia.
Secches chegou à Perdigão em 1994 e comandou a recuperação da empresa que culminou com a compra da maior rival, a Sadia, em 2009. A saída de Secches, teoricamente, abre caminho para que a estratégia de alguns grandes acionistas da BRF — como a Previ (o fundo dos funcionários do Banco do Brasil) e a Tarpon (gestora de recursos) — de conduzir o empresário Abílio Diniz à presidência do Conselho da companhia.
Isolado dentro do Pão de Açúcar, que desde junho do ano passado passou a ser controlado pelo grupo francês Casino, Diniz começou a se desfazer de parte de suas ações na varejista e a investir em papéis da BRF. Diniz já vendeu mais de R$ 1,5 bilhão em papéis da empresa fundada por seu pai, e passou a comprar ações da BRF, entre outras empresas.
Oficialmente, Diniz colocou R$ 400 milhões na BRF, mas especula-se que já teria R$ 1 bilhão em ações. Sua ascensão à presidência do Conselho da empresa, contudo, dependerá de um consenso mínimo entre os grandes acionistas da BRF — que além da Previ e da Tarpon, inclui a Petros (fundo dos empregados da Petrobras) e o Valia (da Vale). Há ainda a questão do conflito de interesse. Diniz não cogita deixar a presidência do Conselho do Pão de Açúcar, que tem a BRF como um dos seus principais fornecedores
Veículo: O Globo - RJ