Entre as grandes redes, otimismo é maior e projeção é de incremento de até 20%
Os supermercados já estão prontos para a guerra pelo consumidor. Carregados com os cem lançamentos que as grandes marcas prepararam para a Páscoa 2013, disputam a atenção das crianças com ovos que trazem brinquedos e os personagens mais famosos da TV e da internet.
Em SC, a previsão é de um incremento médio nas vendas entre 3% e 5%, mas as maiores redes estão mais otimistas e falam em ganhos de até 20%. Para os pais, a informação que afeta o bolso: os preços dos ovos de chocolate estão 7,6% mais caros, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
O presidente da rede catarinense Giassi, Zefiro Giassi, explica que a matéria-prima manteve o preço estabilizado entre 2012 e 2013 e que o reajuste deve-se, principalmente, aos gastos com mão de obra. Ele acredita que, em Santa Catarina, o reajuste dos preços fica na faixa de 5% ou 6%, um pouco abaixo da média nacional e acompanhando a inflação do período.
A rede Giassi Supermercados aposta em um aumento de até 12% nas vendas dos ovos de Páscoa em relação ao ano passado. O otimismo é impulsionado pela variedade de itens que integram as tradicionais marcas, incluindo ovos diet e sem lactose, além dos preços variados.
No Angeloni, maior rede supermercadista catarinense, foram comprados 650 mil ovos de chocolate, um crescimento de 6% em relação a quantidade comercializada no ano passado. São produtos das principais marcas nacionais e de algumas linhas produzidas no Estado.
A Páscoa também aquece o mercado dos pescados, tradicionalmente consumidos na Sexta-feira Santa. Este ano, a rede Angeloni aumentou em 20% em relação ao ano passado a quantidade de itens como bacalhau salgado e congelado em diferentes cortes, bem como salmão e filés de merluza e linguado.
A rede Imperatriz também está otimista e prevê um crescimento de 15% na venda dos ovos, segundo o diretor de marketing, Júlio Lohn.
No Bistek, considerando a inauguração de duas lojas em 2012, o crescimento do volume geral de vendas de Páscoa da rede está previsto em 20%. No comparativo loja a loja, o índice deve ficar em 8% em relação ao ano passado. Conforme o diretor comercial da Rede Bistek, Walter Ghislandi, em termos de produtos a novidade ficará por conta dos chocolates com embalagens presenteáveis. O Bistek também terá o reforço dos produtos com marca própria como as colombas pascais Linha do Mestre, sabores trufada, frutas cristalizadas e gotas de chocolate.
Produção
O Brasil é o terceiro maior produtor de chocolate do mundo, no entanto, o consumo per capita ainda é considerado baixo, de 2,2 quilos por ano, ou seja, existe margem para expansão. Nas últimas Páscoas, o setor de chocolates produziu em média 18 mil toneladas, o equivalente a 80 milhões de ovos por ano, segundo dados da Abicab, entidade do setor. Para este ano, o vice-presidente da Abicab, Ubiracy Fonseca, diz que a previsão é de um crescimento de 5%.
Ele lembra que a diversidade de modelos e preços tem aumentado a cada ano, buscando garantir opções para diferentes bolsos e necessidades. Neste ano, entre os cem lançamentos nacionais das grandes marcas, o foco na linha infantil ainda é a grande estratégia das marcas, que este ano oferecem inovações em brinquedos. Entre os novos temas adotados pelas grandes marcas estão Angry Birds, Monster High, Thundercats e Turma da Mônica. Outras novidades que ganham força são os ovos de times de futebol, inclusive da Seleção Brasileira, e os ovos recheados para comer de colher.
O presidente da Associação Catarinense de Supermercados (Acats), Atanázio dos Santos Netto, lembra que, historicamente, a data tem muita força e como principal característica a compra por impulso. Para este ano, no entanto, ele identifica condicionantes que podem ser inibidores, gerando um crescimento não muito acentuado, entre 3% e 5%.
— A Páscoa este ano vem mais cedo e vai cair num final de mês. Ainda está muito próxima do reinício das aulas e de compromissos de início de ano como IPTU, IPVA e as despesas extras com temporada de férias e Carnaval. Temos também um contingente de famílias que fizeram compras à prazo no Natal do ano passado e estão quitando prestações — avalia.
Neste cenário, ele acredita que muitas famílias podem optar por presentes e ovos de menor valor.
— A indústria está atenta aos movimentos do consumo e está diversificando a produção a fim de oferecer opções para todos os gostos e bolsos.
Veículo: Diário Catarinense