No Carrefour, América Latina compensa Europa mais fraca

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A varejista francesa Carrefour, em meio a um programa para recuperar seu desempenho, anunciou ontem aumento nas vendas do primeiro trimestre, beneficiada pelo maior crescimento na América Latina, que compensou "um cenário de consumo desfavorável" na Europa.

(As vendas no Brasil cresceram 13%; na Argentina, 16,5%)). O diretor de finanças do Carrefour, Pierre-Jean Sivignon, corroborou a expectativa do mercado, de lucro operacional de € 2,2 bilhões neste ano, considerando-a "razoável".

A segunda maior rede varejista do mundo, em vendas, atrás do Walmart, dos Estados Unidos, anunciou vendas totais de € 20,8 bilhões nos três primeiros meses do ano, dentro das expectativas.

Levando em conta taxas de câmbio constantes, houve aumento de 1,3% em comparação ao primeiro trimestre de 2012. Pela taxa de câmbio atual, houve queda de 1,3%, refletindo o impacto negativo representado pelo enfraquecimento das moedas brasileira e argentina em relação ao euro.

Com taxas de câmbio constantes e levando em conta apenas lojas com mais de um ano, o aumento foi de 0,4%. As vendas foram prejudicadas pelas baixas temperaturas na Europa e pelo fato de o período ter contado com um dia útil a menos.

"Tendo em vista esses impactos negativos, este é um início de ano reconfortante", disse em informe a analista Caroline Gulliver, que trabalha na Espírito Santo.

Georges Plassat, alçado ao comando da rede há um ano, disse que o processo de recuperação do Carrefour precisa de pelo menos três anos. Ele vendeu operações em cinco países para reinvestir os recursos, em parte, em programas de redução de preços em seu mercado doméstico, onde a competitividade é feroz. A estratégia, segundo indicou ontem o grupo, vem dando resultados.

O executivo também passou a dar mais liberdade aos gerentes para administrar suas lojas.

Na França, onde o Carrefour obtém 45% das vendas, a receita foi de € 9,3 bilhões, 0,7% a menos do que no mesmo período de 2012, tanto em números totais como para os que incluem apenas as lojas com mais de 12 meses.

Melhorar o desempenho dos hipermercados na França - responsáveis por 60% das vendas do Carrefour no país - é visto por investidores como um desafio em particular. As vendas de hipermercados abertos há mais de um ano, excluindo a comercialização de combustíveis, caíram 2,9%. Nos supermercados, o declínio foi de 0,5%. Nas lojas de conveniência, houve aumento de 3,6%. As vendas de produtos alimentícios subiram pelo segundo trimestre consecutivo.

"Os hipermercados vêm mostrando estabilização, o que é, em nossa opinião, um fator chave", observaram analistas do Credit Suisse.

As vendas de lojas com mais de 12 meses em uma Europa assolada por medidas de austeridade caíram 3,8%, para € 5,5 bilhões. A Bélgica foi uma rara exceção, com alta de 3,1%. Na Espanha e Itália, houve declínios de 6,5% e 5,8%.

Entre os mercados emergentes, a América Latina continuou a mostrar bom crescimento, com alta de 11% nas vendas, para € 4 bilhões. Na Ásia, entretanto, encolheram 4%, para € 2,1 bilhões.



Veículo: Valor Econômico


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