Levará ao plenário dois processos de peso; Participou da maior operação do setor de varejo brasileiro, formada por Pão de Açúcar, Casas Bahia e Ponto Frio, e das diversas aquisições feitas pelo JBS
Há dois anos no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o professor Marcos Paulo Verissimo, de 38 anos, se despede hoje do tribunal administrativo com um grand finale. Levará ao plenário dois processos de peso: a maior operação do setor de varejo brasileiro, formada por Pão de Açúcar, Casas Bahia e Ponto Frio, e as diversas aquisições feitas pelo JBS, incluindo a compra do frigorífico Bertin, em 2009. Esse negócio deu origem à maior empresa produtora de carne bovina do planeta.
Maio é o prazo final do período do advogado no órgão antitruste. Ele poderia ser reconduzido por mais dois anos, mas decidiu voltar para a capital paulista, por causa da família. Verissimo é casado e tem dois filhos. Ao se afastar do Cade, ele terá de cumprir uma quarentena de quatro meses sem exercer qualquer tipo de atividade com remuneração.
Além de professor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), Verissimo atuou como advogado de 1998 a 2007 e foi chefe de gabinete da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O período em que esteve no Cade foi dividido exatamente em duas partes. A primeira, era ainda pautada pela lei antiga do órgão antitruste. A segunda, pela nova lei, que entrou em vigor ao final de maio de 2012.
Verissimo muitas vezes demonstrou orgulho por estar no Cade nessa fase de transição. Chegou a dizer que era um privilégio fazer parte do conselho em um momento de mudanças e de amadurecimento do órgão antitruste. "O Cade está em um dos momentos mais importantes e interessantes de sua história", avaliou, após as mudanças na lei de defesa da concorrência.
O conselheiro Elvino Mendonça entrou no Cade junto com Verissimo. Ele, porém, não manifestou desejo de sair dos quadros da autarquia até o momento e, portanto, deve ser reconduzido pela presidente Dilma Rousseff por mais dois anos.
Após essa indicação, Mendonça terá de passar pelo crivo da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e pelo plenário da Câmara.
Veículo: O Estado de S.Paulo