Pesquisa apontou expansão no faturamento do primeiro quadrimestre.
Os números do primeiro quadrimestre confirmam as boas expectativas do setor supermercadista mineiro para este ano. Em relação ao mesmo período do ano passado, foi apurado crescimento real de faturamento de 2,18%. Uma variação que, para o superintendente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Adilson Rodrigues, indica que o incremento neste exercício pode superar os 4% previstos, totalizando faturamento da ordem de R$ 14,4 bilhões.
"Vamos cumprir a nossa meta neste ano, que é de R$ 300 milhões em investimentos, abertura de 45 novas lojas e 58 reformas, com geração de 8 mil novos postos de trabalho", avalia Rodrigues. Segundo ele, os índices de inflação, que poderiam comprometer os planos do setor, já "começam a arrefecer", com algumas reduções de preços tanto em virtude das desonerações promovidas em março pelo governo federal, retirando tributos de 16 itens alimentícios e de higiene, quanto pela sazonalidade, "com safra boa", de alguns produtos alimentícios.
"Os preços estão estáveis para o consumidor, com muita oferta", ressalta Rodrigues, lembrando que, neste momento, os fornecedores não estão negociando com aumento de preços. "O mercado está meio morno e o setor supermercadista está com mais força para negociar", enfatizou. Segundo ele, o setor trabalha com dois parâmetros: o do dia a dia, "que mede a inflação no supermercado, antes mesmo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e a do próprio órgão, que tem confirmado a estabilização dos preços".
Endividamento - Para Rodrigues, "o ponto que preocupa é o alto nível de endividamento dos brasileiros, que pagam juros muito altos", lamenta, ressaltando que "essas taxas transferem a renda para o mercado especulativo dos bancos". A expectativa é de que o consumidor, especialmente os das classes C, D e E, responsáveis por 80% do faturamento do setor supermercadista, com o tempo aprendam a calcular os juros e evitar o endividamento.
E embora a pesquisa da Amis também tenha apontado queda de faturamento de 1,05% em abril em relação ao mesmo mês de 2012 e de 10,92% na comparação com março deste ano, Rodrigues entende que esses números devem ser relativizados. "Em março deste ano tivemos a Páscoa e cinco finais de semana, o que significa que a base era mais alta". Nesse período, o desempenho do setor aumentou 14,78% em relação a fevereiro.
Enquanto a média estadual foi de queda de 10,92% em abril, na comparação com março, a da região Centro-Oeste foi de 13,75%, a maior de todas, seguida pela região Sul, com variação negativa de 13,36%, e Zona da Mata, com recuo de 12,75%. Em todas as outras regiões também foi verificada queda no faturamento, mas em menores proporções. Na região Central caiu 9,3%, seguida pelo Triângulo/Alto Paranaíba (8,45%); Norte/Nordeste (6,77%) e Rio Doce/Mucuri (5,99%).
Além da pesquisa do Termômetro de Vendas, a Amis apurou também que a expectativa para as festas juninas são positivas. Este ano os supermercadistas esperam incremento de 6,5% nas vendas de produtos típicos, como amendoim, canjica e pipoca, além de descartáveis como copos, talheres e pratos. Bebidas quentes como sopas e vinhos, e temperos como canela e mel, também devem ter boa saída, assim como itens para preparo de caldos.
Veículo: Diário do Comércio - MG