Abilio Diniz, sócio do Grupo Pão de Açúcar (GPA) e presidente do conselho de administração da BRF, negou "veementemente" que esteja negociando a sua entrada no Carrefour Brasil como sócio, por meio da compra de uma participação minoritária na rede.
Segundo sua assessoria, Diniz nega que existam conversas entre ele e o presidente do Carrefour no mundo, Georges Plassat, em torno de uma proposta de associação. Conforme antecipou ontem o Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, Abilio e Plassat tiveram pelo menos um encontro neste ano. Diniz pode hoje se associar a redes varejistas porque, num acordo fechado com o Casino em 2013, Diniz deixou o conselho do GPA e ficou livre para atuar em qualquer área.
No fim do ano passado, Plassat veio ao Brasil e teria dito a pessoas próximas a Abilio que a busca de um sócio para o Carrefour poderia envolver o empresário brasileiro, visto como um nome "interessante", segundo uma fonte. O Carrefour busca um sócio que possa também ter uma função mais estratégica no comando do negócio.
O Carrefour não quer apenas capitalizar a subsidiária, mas solucionar também a falta de liderança local, após a saída de Luiz Fazzio da presidência da filial em dezembro. No momento, a varejista francesa tem como principal executivo no Brasil o francês Charles Desmartis.
A busca de um sócio já foi confirmada dias atrás pelo Carrefour, como uma alternativa ao plano de abertura de capital. O Carrefour quer levantar cerca de R$ 4 bilhões com um IPO, como antecipou o Valor em novembro.
Para se tornar sócio da rede, Diniz teria que vender o restante de suas ações no GPA no mercado ou para fundos e se desfazer de suas lojas alugadas ao Casino. Não seria possível entrar numa sociedade com o Carrefour sendo acionista do Casino, maior rival do Carrefour na França e dono do GPA.
Diniz negou interesse, por meio de sua assessoria, quando questionado sobre a hipótese de uma colocação privada ('private placement'), que consiste na venda de participação do Carrefour a um número relativamente pequeno de investidores. As informações que vêm circulando, desde a semana passada, dão conta de que Diniz poderia entrar no capital do Carrefour em sociedade com um ou dois fundos - Tarpon, sócio de Diniz na BRF, seria um deles. Procurado, o Carrefour informou que não comenta rumores e a Tarpon não se manifestou.
O Carrefour já fez parte de um ambicioso plano de Diniz. Ele queria unir o GPA ao Carrefour, em um acordo global. As negociações vieram à tona em 2011 e foram abortadas diante da forte oposição do Casino.
Veículo: Valor Econômico