Casino leva produtos do Brasil para lojas na França

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Uma lista de 100 produtos brasileiros, como pão de queijo, pé de moleque e paçoquinha, chegou às prateleiras das lojas do Casino na França e na Tailândia. A varejista francesa, controladora do Grupo Pão de Açúcar (GPA), quer aproveitar o destaque que o Brasil terá durante a Copa do Mundo para vender produtos típicos do País nas suas lojas do exterior.

O Casino e o GPA selecionaram 30 fornecedores para participar do projeto iniciado em janeiro deste ano. Na primeira fase, a varejista montou uma "gôndola Brasil" com 64 produtos em 286 lojas do Casino na França. No último dia 28, o projeto foi ampliado e alcançou 2,2 mil unidades na França e as lojas da rede Big C e Big C Extra do grupo na Tailândia. Até o momento, o grupo enviou 150 contêineres com produtos brasileiros para abastecer essas lojas.

O projeto também prevê a estreia dos produtos da Taeq e Qualitá, marcas próprias do GPA, nas lojas do Casino.

"Queremos aproveitar o destaque que o Brasil terá na Copa para instigar o consumidor estrangeiro a provar produtos nacionais. Mas nossa intenção é manter uma oferta permanente de produtos brasileiros nas lojas do Casino no exterior", disse o gerente de comércio exterior do GPA, Olivier Virthe.

Neste ano, a empresa vai testar a receptividade do consumidor estrangeiro aos produtos brasileiros e manterá a oferta dos que tiverem boas vendas. Segundo Virthe, o plano é antigo no grupo, mas foi acelerado depois que a rede francesa assumiu o controle da operação brasileira, em 2012. "O GPA e o Casino ficaram mais integrados."

Exportação

Um dos fornecedores selecionados foi a Fruitland, de Campos do Jordão, que faz geleias e compotas e que, até então, atendia apenas o mercado interno. A empresa adaptou o produto para exportar: reduziu o açúcar de toda a linha para atender o paladar estrangeiro e mudou a marca na embalagem, de Geleia dos Monges para Fruitland.

"Estive duas vezes na França para conhecer o mercado, afinal quem vai decidir se continuaremos no projeto ou não é o consumidor estrangeiro", diz o sócio-diretor da Fruitland, Marcos Gerlinger. A empresa já enviou 35 mil potes de geleia para o exterior, uma operação que lhe garantiu uma receita equivalente a 5% do seu faturamento anual, de R$ 5 milhões.

Outra marca que chegou às prateleiras do Casino foi a Café do Centro. "Já exportamos café verde para Europa e Japão, mas é muito difícil entrar no mercado externo com produto acabado", disse o sócio-diretor da empresa, Rodrigo Peres.

Segundo ele, a companhia teria que fazer um investimento grande nas áreas comercial e de marketing para entrar sozinha no mercado europeu. "As vendas nas lojas do Casino não devem representar nem 1% do nosso faturamento, mas o negócio é interessante porque nos abre um novo mercado."

A parceria com uma varejista multinacional é tradicionalmente um dos primeiros passos para tornar fabricantes de bens de consumo exportadores, diz o professor de gestão financeira internacional da Fundação Getúlio Vargas, Hsia Hua Sheng. "É assim no mundo inteiro. Muitos produtos estrangeiros também chegaram ao Brasil por meio das lojas do Walmart ou do Carrefour", disse.

O maior entrave para pequenos produtores exportarem é a escala, explica o professor de estratégia da Fundação Dom Cabral, Paulo Vicente Alves. "O investimento só vale a pena a partir de um certo volume." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.



Veículo: A Tarde - BA


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