Acumulado dos cinco primeiros meses ficou abaixo do esperado pela entidade supermercadista
Tatiana Lagôa
Mesmo com o impulso de vendas dado pela Copa do Mundo, o setor supermercadista mineiro deverá fechar este ano com um crescimento menor do que os 4,98% apurados em 2013. A expectativa é de uma elevação de até 3,5% no faturamento em Minas Gerais no acumulado até dezembro. Entre janeiro e maio, a alta foi de 2,56%, percentual abaixo das projeções iniciais de 3%, segundo o Termômetro de Vendas, divulgado ontem pela Associação Mineira de Supermercados (Amis).
Um dos motivos para que o acumulado dos cinco primeiros meses do ano tenha ficado abaixo do esperado é o baixo desempenho de maio. No mês, houve queda de 1,27% no faturamento frente a abril. Na comparação com o mesmo mês do exercício anterior, houve elevação de 1,51%.
Segundo o superintendente da Amis, Adilson Rodrigues, alguns fatores pesaram negativamente sobre o resultado de maio. O primeiro deles foi o fato de algumas pessoas terem emendado o Dia do Trabalhador, que caiu em uma quinta-feira neste ano.
"Com feriado prolongado no início do mês, as pessoas viajam e acabam gastando menos nos supermercados. Primeiro porque ficam menos dias em casa e, segundo, porque com gastos mais altos acabam cortando alguns supérfluos das compras para economizar", afirma. Além disso, o fato de o mês de abril ter sido o período de Páscoa, quando as vendas são mais altas, a base de comparação também influenciou.
Mas o fato é que este é um ano em que os supermercadistas sentem efeitos da macroeconomia também. Inflação alta, redução do nível de emprego, juros mais altos e endividamento em ascensão. Todos esses fatores mudam o comportamento dos consumidores, que começam a consumir marcas mais baratas e, em seguida, cortam alguns supérfluos da lista de compras e passam a comprar menos carnes e derivados lácteos, por exemplo.
Investimentos - Mesmo assim, o segmento permanece com investimentos em alta. Estima-se que serão aportados R$ 340 milhões em Minas Gerais para a abertura de 85 supermercados, sendo 45 grandes e 40 pequenos. "Os projetos que estavam em andamento estão sendo tocados. Até porque é um setor de oportunidades. Se um empresário deixa de investir em uma região outro pode fazê-lo", afirma. Dessa forma, serão abertas cerca de 10 mil vagas de emprego em todo o ano.
Na comparação entre as diferentes regiões do Estado, apenas a Central manteve resultado positivo em maio frente a abril, com alta de 1,22%. No Centro-Oeste a retração foi de 5,10%. No Norte e Nordeste, foi de 2,85%. No Vale do Rio Doce, Mucuri e Jequitinhonha, a queda foi de 2,87%. No Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, de 3,77%. Na Zona da Mata, de 1,64%.
Veículo: Diário do Comércio - MG