Estimativa da Agas é de que o setor movimente em torno de R$ 6,5 bilhões com as festas de Natal e Ano Novo
As festas de fim de ano devem render aos supermercados gaúchos aproximadamente R$ 6,5 bilhões, uma alta nominal de 6,6% em comparação com o ano anterior. Somente entre os R$ 9,5 bilhões que o pagamento do 13º salário deve injetar na economia gaúcha, o segmento supermercadista absorverá R$ 2 bilhões. Os dados foram divulgados ontem pela Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), que apresentou uma pesquisa com as perspectivas de faturamento para o período e listou a variação dos valores nos principais produtos de Natal e Ano Novo. A média dos reajustes nos preços deve ficar em 5,5%.
O presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, enfatiza que o setor está otimista em relação ao desempenho de final de ano. “As pessoas vão comemorar nas datas. Ainda não se lembraram do IPVA e do IPTU a ser pago no início do próximo ano”, brinca Longo. Entre os pesquisados, 49,9% disseram que pretendem comprar algo nos supermercados no final de ano. O gasto médio por pessoa nos estabelecimentos deve ficar em R$ 514,01, somando Natal e Ano Novo. Entre os consumidores, 52,5% pretendem efetuar os pagamentos à vista, enquanto 47,5% a prazo.
Em relação aos preços, os itens com maior variação, na comparação com 2013, são as aves natalinas, que subiram 19,1%. Segundo Longo, esse aumento expressivo se deve ao fato de o governo estadual ter modificado a Margem de Valor Agregado (MVA) para calcular a tributação dos produtos. “O governo aumentou a MVA de 40% para 60% neste ano. No entanto, a margem de valor que os supermercados têm nesses produtos varia entre 10% e 15%, em média”, destaca Longo. Nesse sentido, o dirigente destaca que a entidade pretende debater com o governo a situação, no intuito de buscar uma redução nos preços praticados nas gôndolas. A Agas também deve pedir revisão da MVA para os bombons, que tiveram aumento de 6,7% nos preços.
Ao todo, a entidade estima que serão vendidas 850 mil aves, totalizando 2,7 mil toneladas, o que deve render aos estabelecimentos R$ 30,9 milhões. Paralelamente, a carne suína, com alta de quase 12%, deve perder espaço para os cortes bovinos, que devem representar 60% das vendas das sessões de açougue dos supermercados. A Agas ainda estima que devem ser comercializadas 4 milhões de unidades de panetones, movimentando R$ 49,5 milhões, e 4,8 milhões de garrafas de espumantes, gerando R$ 63 milhões em receitas. Além disso, 33% dos presentes devem ser adquiridos nos supermercados, a um preço médio de R$ 15,00.
O setor supermercadista gaúcho deve fechar o ano com faturamento em R$ 23,9 bilhões, 4,4 mil lojas e 92,3 mil trabalhadores. Uma em cada três empresas irão admitir funcionários temporários para os próximos meses. A expectativa é de que sejam geradas 4,3 mil vagas no período. “Cerca de 20% desses funcionários devem ser efetivados”, aponta o presidente.
Além de divulgar as perspectivas das vendas de final de ano, ontem a Agas anunciou a reeleição de Antônio Cesa Longo para o exercício de mais um mandato de dois anos de duração.
Veículo: Jornal do Comércio - RS