Informações que circulam no mercado varejista nos últimos dias voltam a levantar hipótese de que o empresário Abilio Diniz torne-se uma sócio mais relevante na operação do Carrefour. Também há informações de que Abilio já teria pequena posição acionária em varejistas de alimentos europeias, com potencial de valorização. Desde a segunda-feira, quando a hipótese relacionada ao Carrefour voltou a ser comentada no mercado, as ações do Carrefour na bolsa de Paris começaram a recuperar preço, e subiram ontem 2,9%, com o papel fechando o dia cotado a € 23,21.
Segundo apurou o Valor, Abilio teria viajado para Paris neste mês e teria ocorrido um encontro entre ele e o comando do Carrefour na tentativa de costurar um acordo entre as partes. Segundo uma fonte, o brasileiro teria interesse na aquisição de uma fatia minoritária da operação da rede no Brasil e na Argentina. Em maio, o Valor Pro, serviço de informações em tempo real do Valor, antecipou a informação de que Abilio havia adquirido, naquela época, fatia de, pelo menos, 1% do Carrefour no mundo.
O comando do Carrefour na França já informou que analisa a possibilidade de vender uma participação do negócio no Brasil para sócios individuais ou "family office", como forma de capitalizar a empresa, e também não estaria descartada uma abertura de capital do Carrefour no país no ano que vem. Uma melhora nos resultados da rede, a serem entregues em 2015, poderia abrir terreno para uma oferta de ações no país.
"Tudo é possível desde que mantenhamos o controle da filial brasileira", afirmou Georges Plassat, presidente mundial do Carrefour, ao comentar neste ano essas possibilidades ao mercado.
Procurada, a Península Participações, empresa de investimentos da família Diniz, informa que não comenta decisões de investimento. O Carrefour também não comenta o assunto.
Nos últimos meses, fontes comentaram que assessores da família Diniz têm analisado possibilidades de investimento na área de consumo e varejo pelo mundo, e Abilio teria visitado, recentemente, operações de redes varejistas na Europa. Um dos ativos considerados com bom potencial de valorização nessas análises é a rede Dia, que foi alvo de um "spin off" anos atrás do grupo Carrefour. O volume de ações negociadas no mercado, na Bolsa de Madrid, é de cerca de 90%.
Ainda neste segundo semestre, houve outra movimentação no setor, envolvendo o empresário, com redução de sua posição na Dufry, que atua no varejo de aeroportos, com diminuição da fatia da família na empresa de 2,20% para pelo menos a metade disso, segundo apurou o Valor.
Veículo: Valor Econômico