O diretor financeiro do grupo francês Carrefour, Pierre-Jean Sivignon, ressaltou a capacidade da filial brasileira de gerar bons resultados a despeito da situação econômica adversa no Brasil. A maior varejista da Europa disse que o lucro operacional recorrente do primeiro semestre subiu 2,6%, a 726 milhões de euros.
Apesar do elogio, o executivo afirmou que a empresa está atenta à variação e à volatilidade das moedas na América Latina, especialmente o real. "A América Latina gerou resultado muito bom no semestre e as vendas no Brasil e na Argentina foram excelentes. No Brasil, as vendas orgânicas cresceram apesar do ambiente econômico desfavorável. Houve aceleração da inflação no Brasil, mas abrimos lojas."
Mesmo com as vendas em alta, o executivo notou que o Carrefour acompanha a evolução do cenário econômico e citou as moedas da América Latina. "Estamos vigilantes em relação ao impacto do câmbio, especialmente o real, e o que a volatilidade do câmbio pode gerar de impacto no resultado do grupo", disse.
No acumulado do ano, o real perdeu 20% do valor na comparação com o dólar e o peso argentino caiu mais de 6%. Sivignon indicou que o Carrefour continua apostando fichas no mercado brasileiro e reafirmou o plano da companhia de expandir a atividade no segmento de "atacarejo" com a bandeira Atacadão. Nos resultados globais, o Carrefour informou aumento no fluxo de caixa livre e uma queda de 670 milhões de euros da dívida líquida, para 6,7 bilhões de euros em 30 de junho.
Brasil real
Apesar de reconhecer que o momento econômico não é dos melhores, o presidente do grupo, Georges Plassat, elogiou gestores da filial e os bons resultados no País. "Brasil real é que vai dar ímpeto forte aos negócios" da empresa. "É uma situação difícil. A economia está em queda pela primeira vez em dez anos", disse. "O Carrefour continua com boa imagem e estamos fazendo bom trabalho no País e na China."
Veículo: Jornal DCI