O francês Carrefour e o britânico Tesco, dois dos maiores grupos de varejo alimentar da Europa, planejam formar uma parceria global de compra para reduzir custos em meio à pressão competitiva.
O acordo é a mais recente aliança na indústria varejista europeia, depois de investigas recentes da gigante norte-americana de ecommerce Amazon neste mercado.
"Essa aliança estratégica entre Carrefour e Tesco é um acordo importante, já que combina o expertise de compra de dois líderes globais, complementares em suas geografias, com estratégias comuns", disse o presidente-executivo do grupo francês, Alexandre Bompard.
A parceria cobrirá relações estratégicas com fornecedores em áreas como serviços de marketing ou coleta de dados, bem como a compra conjunta de produtos de marca própria e bens usados em seus próprios negócios, acrescentou o Carrefour.
A aliança, que será formalmente fechada nos próximos dois meses, excluirá produtos frescos, e cada companhia seguirá trabalhando com fornecedores parceiros tanto em nível local quanto nacional.
Os termos financeiros da parceria não foram revelados.
A Tesco, maior rede de supermercados do Reino Unido com vendas de 51 bilhões de libras (67,2 bilhões de dólares), foi reerguida pelo presidente-executivo, Dave Lewis, depois de um escândalo contábil.
Como parte da recuperação, o grupo, que tem operações no Leste Europeu, na Malásia e na Tailândia, melhorou as relações com os fornecedores, além de aumentar a pressão sobre rivais locais com cortes de preço.
"Ao trabalharmos junto e tirarmos o melhor proveito de nosso expertise coletivo de produto e capacidade de originação, nós conseguiremos ainda melhor servir os nossos consumidores, aprimorando ainda mais a escolha, a qualidade e o valor", disse Lewis.
A Tesco tem sua liderança de mercado ameaçada no Reino Unido pelos planos do segundo maior grupo do setor, o Sainsbury, de comprar a bandeira Asda do Wal-Mart, que ocupa a terceira posição.
Enquanto isso, o Carrefour obtém a maior parte das vendas de 88 bilhões de euros na Europa, tendo o Brasil como segundo principal mercado depois da França. O acordo com a Tesco não inclui China e Polônia.
Reportagem adicional de Kate Holton em Londres
Fonte: Reuters