Os fabricantes e distribuidores de embalagens no Estado registraram incremento de até 15% no faturamento durante os cinco primeiros meses deste ano na comparação com igual intervalo do exercício anterior. O aquecimento da economia contribuiu para que as encomendas fossem retomadas. Por outro lado, a Copa do Mundo de 2010 foi considerada prejudicial para os negócios em função do interrompimento da produção durante os jogos do Brasil, com redução no horário de trabalho.
Na M&M Embalagens Ltda, especializada na fabricação de embalagens personalizadas de papelão ondulado, localizada em Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), o faturamento cresceu 10% de janeiro a maio deste ano frente ao mesmo período do ano passado. Os principais setores atendidos são os de metalurgia, alimentação e cosméticos.
Conforme o sócio-administrativo, Marcos Alexandre de Paula, a movimentação dos negócios no início deste ano surpreendeu as expectativas. "Como o segmento de papelão ondulado é considerado termômetro da economia e saiu ileso da crise, a empresa começou o ano com resultados positivos que tendem a persistir no decorrer de 2010", avaliou.
Dados da Associação Brasileira de Embalagens (Abre) apontam que, somente em maio deste ano, o setor de papelão ondulado comercializou 228,372 mil toneladas de material, o que indica expansão de 9,73% sobre o resultado de abril, quando as vendas totalizaram 208,110 mil toneladas. A demanda de maio aumentou 22,49% em relação a igual período de 2009.
Diante dos índices, a expectativa do empresário para 2010 é de registrar receita superior a 20% ante o exercício passado. Para ele, as encomendas adiadas no período da Copa do Mundo da África do Sul devem ser recuperadas nos próximos meses, o que irá elevar o faturamento.
Já na Novo Estilo Embalagens Ltda, fabricante de sacolas plásticas, localizada no bairro Santa Amélia, na região da Pampulha, a receita teve aumento de 15% nos cinco primeiros meses deste ano na comparação com o igual período de 2009. Segundo o proprietário, André Frezzolino, a carteira de clientes concentra sobretudo empresas do setor varejista, que segue em franca expansão desde o final do exercício anterior.
Bioplástico - De acordo com Frezzolino, a empresa está preocupada com as modificações que devem ser feitas nas sacolas plásticas até 2013, quando entra em vigor a obrigatoriedade do uso de sacolas biodegradáveis (bioplástico), fabricadas a partir do bagaço da cana-de-açúcar, uma matéria-prima renovável que decompõe-se em cerca de 100 dias.
Em quatro anos, as empresas deverão se adequar à norma. "Trabalhar com sustentabilidade é de suma importância. No entanto, as orientações para a fabricação das sacolas ainda não estão claras, o que dificulta o início das mudanças", explicou.
Na Fama Embalagens Ltda, distribuidora de embalagens, localizada no hipercentro da Capital, as festas juninas realizadas entre junho e julho elevam o faturamento. Segundo o gerente administrativo da empresa, Edson Luiz Silveira, o período é positivo para a venda de utensílios de plástico. No entanto, a Copa do Mundo de 2010 não aumentou as vendas.
Ele destacou que os principais clientes são restaurantes, hospitais e lanchonetes, além de empresas do varejo. "Com o incremento dos negócios nos próximos meses, a empresa deverá registrar alta de 10% do faturamento frente a 2009", afirmou.
Na contramão dos bons resultados está a Arbra Comércio e Indústria de Plásticos Ltda, fabricante de embalagens plásticas, localizada no bairro Salgado Filho, na região Oeste de Belo Horizonte, que não registrou alta do faturamento nos cinco primeiros meses deste ano frente a igual intervalo do exercício anterior. Conforme um dos sócios da empresa, Cristiano Brito Braga, a indústria é prejudicada pela alta carga tributária.
Veículo: Diário do Comércio - MG