Projeto-piloto e inédito no Brasil, envolvendo a Prefeitura de Jundiaí (50 quilômetros de São Paulo) vai resultar, a curto prazo, em benefícios concretos ao meio ambiente. A partir de agosto, as tradicionais sacolinhas plásticas oxibiodegradáveis de supermercados, serão substituídas por sacolinhas produzidas com resina baseada em amido de milho.
O benefício à natureza é extraordinário: enquanto as sacolinhas tradicionais demoram de 300 a 400 anos para se decomporem – prazo que pode ser maior, dependendo da qualidade e estrutura do aterro sanitário – as produzidas com a resina de amido de milho se decompõem em 90 dias.
O projeto foi lançado no município paulista durante a 2ª edição da Eco Jundiaí, feira que reuniu experimentos voltados à preservação do meio ambiente – a maioria deles desenvolvidos em escolas públicas estaduais, municipais e organizações não-governamentais (ONGs) relacionadas à preservação.
As sacolinhas biodegradáveis não serão oferecidas gratuitamente ao consumidor que frequenta os supermercados, mas por um preço simbólico que ainda não foi estabelecido. Ela será ofertada no caixa, somente às pessoas que não trouxerem para o local de compra, uma sacola retornável.
Nas próximas semanas, todos os supermercados de Jundiaí estarão unidos em uma campanha cujo tema será "Chega de Sufocar o Planeta". O principal objetivo é estimular o consumidor a não usar mais as sacolinhas plásticas tradicionais. Segundo estudos, caso a ideia da sacolinha de amido de milho 'pegue' – assim como a utilização em larga escala de sacolas retornáveis, seja de papelão, tecido ou outro material – cerca de 66 sacolas plásticas por habitante deixarão de ser jogadas nos lixões do País, anualmente.
Crianças – A ideia da sacolinha será levada às escolas para conscientizar as crianças para a mudança, que será obrigatória. "A intenção é a de criar o hábito dos 'cinco R', ou seja: reciclar, reduzir, reeducar, reutilizar e retornar", afirmou o prefeito de Jundiaí, Miguel Haddad (PSDB).
Segundo ele, "a intenção da administração e da Apas é a de conscientizar a população a utilizar cada vez mais as sacolas retornáveis. Substituir uma sacola por outra, embora já seja um benefício incalculável ao meio ambiente, não basta. Queremos ir além". Haddad lançou, recentemente, um projeto de criação de um consórcio de preservação da reserva ecológica da Serra do Japi, um dos últimos pulmões verdes de Mata Atlântica remanescentes de São Paulo. O consórcio envolve Jundiaí, Cabreúva, Cajamar e Pirapora do Bom Jesus.
Veículo: Diário do Comércio - SP