As emissões de gases-estufa das 35 empresas do País que revelaram inventários somam quase 89 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente (tCO2e, medida utilizada para comparar emissões de vários gases com base no potencial de aquecimento global de cada um).
O número foi divulgado ontem e a metodologia adotada para os inventários é do Programa Brasileiro GHG Protocol, coordenado pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (GVces). O volume emitido diretamente equivale ao estoque de carbono de cerca de 356 milhões de árvores da Amazônia ou 200 mil hectares da floresta, área equivalente ao município de Piracicaba.
"Essas informações devem ser vistas como uma iniciativa de coragem dessas empresas", esclarece Roberto Strumpf, coordenador do programa brasileiro do GHG Protocol. Entre as empresas que revelaram suas emissões estão Souza Cruz, Bradesco, Cesp, Natura e Suzano.
Para a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, a iniciativa é uma possibilidade de diálogo entre setor público e setor privado. "Aproximar a gestão ambiental privada da gestão pública é a maior contribuição dessa iniciativa. Não se trata apenas do controle das emissões. É como se o setor privado desse ao governo um sinal de que é possível mudar", afirmou a ministra.
Brasileiro sente 'pressão social' para economizar
Desde o "apagão" de energia elétrica de 2001, os brasileiros sentem pressão social para poupar energia em seu dia a dia. Hoje, 82% dos brasileiros se sentem pressionados por familiares, amigos e colegas de trabalho para reduzir os gastos de energia. Essa é uma das conclusões de um estudo realizado pela empresa de consultoria Accenture, com 9.108 pessoas em 17 países.
No entanto, os consumidores ainda não sabem o que fazer para reduzir ainda mais o seu consumo de energia. "As pessoas sabem que devem trocar lâmpadas incandescentes por fluorescentes e também estão atentas a eletrodomésticos com selo de eficiência", diz Ricardo Lima, líder da Accenture para empresas de energia.
Lima estima que o brasileiro terá outros meios de economizar energia quando novas tecnologias para medir o consumo se tornarem disponíveis no Brasil. "Os chamados medidores inteligentes, que já começam a ser usados em países da Europa, deverão fazer parte da vida dos consumidores brasileiros somente daqui a cinco ou sete anos", prevê o executivo .
Veículo: O Estado de S.Paulo