Apesar da queda de 96% do lucro líquido registrado no segundo trimestre, a Braskem, maior produtora de resinas termoplásticas da América Latina, mantém sua projeção de crescimento global. A companhia, que está a um mês da inauguração da nova unidade industrial de produção do eteno verde, matéria-prima utilizada para a fabricação do polietileno verde, afirma ter como meta a liderança do mercado global de química sustentável. A nova planta, localizada na região de Triunfo (RS), tem capacidade de produção de 200 mil toneladas, com consumo anual de 700 milhões de litros de etanol para a produção do insumo.
Segundo o presidente da companhia, Bernardo Gradin, a resina a ser produzida na unidade de Triunfo (a primeira no mundo em escala industrial a utilizar matéria-prima 100% renovável) possui propriedades idênticas às do polietileno convencional. Segundo ele, 80% da futura produção da planta já foi comercializada, principalmente para clientes de Europa, Estados Unidos e Ásia. A planta produtiva recebeu investimentos de R$ 500 milhões.
Metas
Para atender as metas de crescimento, a petroquímica chegará a uma produção aproximada de 4,7 milhões de toneladas de resinas ao ano. O otimismo vem atrelado à projeção de recuperação global, depois dos efeitos do agravamento da crise econômica na Europa e da desaceleração da economia chinesa, que causou recuo da demanda por resinas no mercado interno em junho, principalmente de resinas como polietileno (PE) e polipropileno (PP), cujos estoques estão acima da média na companhia.
Os planos de crescimento da Braskem envolvem também a utilização de gás natural, insumo que abastecerá projetos em México, Peru, Venezuela e Bolívia. A Braskem opera ainda linhas de produção de polipropileno nos Estados Unidos, a partir de etano.Em âmbito nacional, as principais decisões a serem tomadas pela Braskem a curto prazo estão relacionadas aos projetos do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e do Complexo de Suape, ambos controlados pela Petrobras.
Resultados
Neste segundo trimestre, a Braskem registrou lucro líquido de R$ 45 milhões, resultado abaixo do apresentado em igual período do ano passado, de R$ 1,156 bilhão. Essa queda, explicou a empresa, deveu-se à aquisição da Quattor Participações e da Sunoco Chemicals, que passaram a integrar os resultados consolidados desses novos ativos.
De abril a junho deste ano, o lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) pro forma cresceu 42%, para R$ 1,042 bilhão, ante os R$ 735 milhões do segundo trimestre do ano passado. Já a margem Ebitda pro forma foi de 15,9%, ante 14,7% em igual intervalo de 2009.
A receita líquida da companhia alcançou R$ 6,539 bilhões, 31% acima dos R$ 4,996 bilhões do segundo trimestre do ano passado. Em valores reais , a receita líquida foi de R$ 6,516 bilhões, com alta de 77%.
O resultado financeiro líquido real do segundo trimestre de 2010 foi uma despesa de R$ 575 milhões ante o resultado positivo, no critério real, de R$ 1,192 bilhão no mesmo período de 2009. Em termos de volume, a petroquímica obteve vendas totais de 1,24 milhão de toneladas de resina, queda de 11% em relação ao segundo trimestre de 2009.
Veículo: DCI