A inauguração da primeira fábrica de eteno verde da Braskem, que acontece hoje na cidade de Triunfo (RS) segue a tendência do setor químico de buscar produtos a partir de fontes renováveis. Essa é a primeira fábrica da empresa para o chamado plástico verde, uma resina feita a partir do etanol de cana-de-açúcar. O investimento de R$ 500 milhões levará a uma produção de 200 mil toneladas ao ano do produto que tem as mesmas características de seu similar feito a base de petróleo.
Esse é apenas um dos movimentos do setor no desenvolvimento de uma química com base renovável. Segundo estimativas da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), os aportes das empresas químicas deverão somar US$ 20 bilhões nos próximos dez anos. Porém, segundo o documento Pacto da Indústria Química, divulgado em meados deste ano, esse volume pode ser aumentado se considerar a perspectiva de investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento que podem chegar a mais US$ 32 bilhões.
Agora, esses aportes do setor começam a aparecer. Além da petroquímica Brasken, a subsidiária brasileira da Solvay Indupa começa a colher os resultados do investimento que fez para o desenvolvimento do PVC verde. Apesar de fabricar o produto para consumo próprio, a companhia irá exportar a tecnologia desenvolvida no Brasil. A empresa tem capacidade de produzir 60 mil toneladas a partir do álcool hidratado, ou álcool combustível.
Segundo o presidente da companhia, Paulo Schirch, a Solvay produzirá o novo PVC a partir de um contrato de fornecimento de 150 milhões de litros ao ano do combustível com a Coopersucar.
"Não existe esse tipo de PVC no mundo, as características do novo produto são idênticas ao normal. É uma nova maneira de se fazer o mesmo PVC", resumiu o executivo que disse ainda que essa tecnologia será exportada para outras regiões, porém, recusou-se a revelar os nomes dos países que poderão produzir.
Segundo o diretor de Desenvolvimento da Carbono Química, Rodrigo Gabriel, o setor químico seguirá a tendência de substituir uma parcela da produção petroquímica pela de fontes renováveis. A companhia, que além de distribuidora produz componentes com base em oleaginosas está investindo em um novo segmento de produtos com base na óleo química por pelo menos cinco anos.
"As fontes renováveis não substituirão totalmente a petroquímica, mas terá seu espaço de substituição e ocupará uma boa parcela do setor químico com certeza", indicou.
Veículo: DCI