Luis Fernando Guedes Pinto, Secretário executivo do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora)
A certificação de matérias-primas agrícolas, como café, laranja, cana-de-açúcar e cacau, é uma das principais tendências que as empresas do setor de alimentos começam a abraçar, especialmente nos mercados de maior poder aquisitivo, como Europa e Estados Unidos.
Gigantes como Nestlé, Kraft Foods, McDonald"s e Starbucks estão impondo metas para que seus fornecedores certifiquem suas matérias-primas com selos como o Rainforest Alliance, que comprova que a produção agrícola atendeu a critérios socioambientais, como a preservação de matas ciliares, uso controlado de agroquímicos e justa remuneração aos agricultores.
No Brasil, o selo Rainforest Alliance já é bastante utilizado por produtores de café, cacau e laranja. Neste mês saíram as primeiras certificações para a cana-de-açúcar, e há empresas interessadas nos padrões para a pecuária. O Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) é o responsável pela certificação no País.
Por que o setor de açúcar e etanol está buscando o selo?
As primeiras usinas a buscarem a certificação Rainforest Alliance são do Grupo Balbo, dono da marca de açúcar orgânico Native. Eles exportam grande parte da produção e muitos compradores estão exigindo o selo. Por enquanto há muita sondagem de outras usinas, mas nada concreto.
São as multinacionais que vão puxar o movimento pela certificação de produtos agrícolas?
Há uma tendência forte e irreversível na indústria de alimentos que é a exigência de certificação de origem. A Nestlé anunciou um compromisso de só comprar café com padrões de sustentabilidade para sua marca Nescafé, a partir de 2015. Isso avança também no varejo.
Veículo: O Estado de S.Paulo