Em 2007,mais de 70% das donas de casa diziam que sacolas plásticas eram o melhor meio de transporte de mantimentos
Pesquisa recente mostrou que 60% dos brasileiros são favoráveis à nova lei
Aparentemente sem uma solução evidente, em especial no quesito substituição, o uso de sacolas plásticas tornou-se um problema ambiental levado para as casas dos brasileiros a cada vez que um deles vai ao supermercado.
Porém, a pesquisa Sustentabilidade Aqui e Agora, feita pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com o Supermercado Walmart, e divulgada há cerca de um mês aponta que a proibição do uso de sacolas plásticas para carregar compras é aprovada por 60% da população brasileira. O levantamento ouviu 1.100 pessoas em 11 capitais e constatou também que 21% não saberiam como descartar o lixo doméstico sem os saquinhos, 40% acreditam que limpeza pública é o principal problema ambiental nas suas cidades ou bairros, 61% consideram que a responsabilidade é dos órgãos públicos e 18% que o meio ambiente é responsabilidade dos indivíduos.
Ainda de acordo com a pesquisa, 82% dos cidadãos se dispõema participar de abaixo-assinados para responder questões ambientais, mas sematuar diretamente na solução dos problemas. O levantamento mostrou que 70% das pessoas jogam pilhas e baterias em lixo comum, 66% descartam remédios em lixo doméstico, 33% não dão a destinação correta para sobra de tintas e solventes. Além disso, 39% despejam óleo usado em frituras na pia e 17% têm lixo eletrônico em casa. Os dados apontam ainda que 59% dos entrevistados disseram que o meio ambiente deve ter prioridade sobre o crescimento econômico.
Em 2007, porém, outra pesquisa — cujos dados são divulgados pela Plastivida — apontava que 71% das donas de casa do Brasil consideravam a sacola plástica o melhor meio de transporte de mantimentos. E, em defesa das tais sacolinhas polêmicas, há também o argumento do reuso, que amplia o tempo útil do material.
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) tem um plano de redução das sacolas em 30% até 2013 e 40% até 2015. De 2007 a 2009, o consumo desse tipo de embalagem caiu 30%. Acredita-se na entidade que cobrar pelas sacolas seja um bom caminho para reduzir o uso.
Entre as redes de supermercado, alternativas ao uso das sacolinhas viraram estratégia de mercado, especialmente para sustentar ações de marketing e garantir uma imagem ligada à consciência ecológica. Assim, mesmo gastando mais, algumas redes têm optado pela adoção da substituição das embalagens plásticas por sacolas de papel kraft.
Por isso, o presidente International Paper, Jean-Michel Ribieras, vê novas possibilidades para a atuação da indústria de papel com a chance de se adotar o uso de sacolas de papel — um hábito difundido, segundo o executivo lembra, nos Estados Unidos, por exemplo, onde a companhia tem forte atuação neste segmento.Ocorre, porém, que, por ora, economicamente essa solução se mostra pouco viável, em especial, se for considerado cálculo do consumo emlarga escala.
Veículo: Brasil Econômico