Ecobags ainda não estão na preferência da maioria dos clientes de supermercados
A lei que instituiu o uso das sacolas ecológicas completou recentemente um ano em vigor e, apesar de uma boa adesão dos consumidores, a medida não é considerada um sucesso em Teresópolis. Segundo o gerente do supermercado Multimarket, que foi um dos primeiros a oferecer a opção das ecobags, a procura existe, mas não está em um patamar que se possa considerar um vitória da conservação ambiental.
“Não está tendo um grande impacto de aceitação, mas a gente crê que isso vem com o tempo, é uma questão de adaptação. As pessoas ainda estão se adaptando a trabalhar desta forma. Eu creio que ainda falta incentivo do próprio governo de abraçar essa causa e ajudar o comércio a levantar essa idéia”, afirmou Rondineli Braga.
O MultiMarket também fez uma campanha especial para difundir o uso das ecobags, em que o cliente ganha uma delas nas compras acima de R$ 50 e, além disso, aquele que retornar com as sacolas pode receber um desconto de 0,03 centavos nas compras. O supermercado ainda mantém cartazes afixados em suas portas que servem como alerta e orientação sobre o problema causado com o descarte indevido das sacolas plásticas e a necessidade de se preocupar com a reciclagem do material. O gerente explica que a mudança não vai ocorrer somente com o oferecimento de vantagens: “Eu não vejo isso como uma solução sólida não. Eu vejo o sentido de fazer um trabalho de conscientização do público a fazer da melhor forma possível de tratar melhor do meio ambiente”.
De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), a cada ano são consumidas no país mais de 12 bilhões de sacolas plásticas. E, conforme pesquisa do Ibope encomendada em 2008 por redes de supermercados, 71% da população dos grandes centros usam o plástico para carregar as compras.
A lei que incentiva a diminuição do uso das sacolas plásticas em supermercados está em vigor há um ano, e de acordo com os órgãos competentes os resultados só serão sentidos daqui a alguns anos. Por mês, a Secretaria de Meio Ambiente contabiliza um volume médio de quase três toneladas de lixo despejado no Aterro Sanitário, e isso inclui uma grande quantidade de plástico, inclusive sacolas plásticas.
As sacolas plásticas trazem grandes problemas para o meio ambiente, tanto pelo tempo que leva para a decomposição, quanto pelo efeito de impermeabilização que causa ao solo. São quase 70 anos para que este material se decomponha. Segundo a Secretaria de Meio Ambiente, quando a sacola é jogada no aterro, ela é praticamente impermeável, então a massa de lixo dentro da sacola se decompõe, mas o plástico não, a água da chuva não consegue penetrar no solo direito, o chorume que é produzido dentro do saco fica dentro dele, entre outros problemas causados pelo descarte desse material no solo.
Veículo: Diário de Teresópolis