Para cada quilo de medicamento descartado no lixo comum ou na fossa sanitária, cerca de 450 mil litros de água são contaminados. A conta, feita pela Brasil Health Service (BHS), que fornece produtos para o segmento médico, convenceu a Droga Raia e o laboratório Medley a alugar uma máquina com sistema computadorizado para coletar medicamentos vencidos e garantir o descarte seguro.
Hoje são sete estações coletoras de resíduos de medicamentos, chamadas de Ecomed, instaladas em lojas da Droga Raia em São Paulo. O número deve chegar a 50 até o fim do ano. "Estamos negociando a instalação de mais pontos em farmácias do Norte e do Sul do país, como a Panvel ", diz José Agostini Roxo, presidente da BHS. Em quase dois meses desde a implantação do programa, foram coletados 60 quilos de remédios, o que evitou a contaminação de 26 milhões de litros de água, diz Roxo.
A BHS investiu R$ 1 milhão no desenvolvimento da Ecomed (20% foi bancado pelo BNDES). A diferença da máquina para outras estações, segundo a empresa, está no monitoramento dos medicamentos. "Nossa central gerencia eletronicamente os produtos coletados, a partir da leitura que a Ecomed faz do código de barras, e aciona a empresa coletora, que leva o material para a incineração", diz Roxo.
A Drogaria São Paulo, líder no varejo farmacêutico no país, está em processo de homologação com o Centro de Vigilância Sanitária de São Paulo para oferecer o descarte de medicamentos em suas lojas até março.
Veículo: Valor Econômico