Lojistas aprovam proibição de sacola

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Vendas não caíram no comércio de Belo Horizonte com a nova legislação, aponta pesquisa da CDL-BH.

 

Neste sábado a lei que proíbe a utilização de sacolas plásticas não degradáveis no comércio de Horizonte completa dois meses de vigência. Neste período foi possível perceber que a nova regra é bem-aceita e incomoda muito pouco os comerciantes e os consumidores. Pesquisa realizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) mostra que 70,13% dos empresários concordam com a norma e que 82,94% deles não notaram queda nas vendas.

 

Na Casa do Cabeleireiro, em Belo Horizonte, o único incômodo foi pagar mais caro por sacolas recicláveis, que custam R$ 0,83 a unidade, contra R$ 0,23 das antigas sacolinhas brancas. Mas a loja encontrou uma boa opção com o uso de embrulhos de papel. "Só não usamos o pacote de papel quando o produto é pesado, como um secador, ou quando existe o risco de vazar, casos dos xampus", explica a gerente de Marketing Isabella Campos. Mas a loja começa a estudar a possibilidade de vender sacolas retornáveis, já que quase nenhum cliente entra ali prevenido para carregar as compras.

 

Os consumidores estão se adaptando gradativamente à mudança de hábito, aponta a pesquisa da CDL-BH. Segundo os empresários entrevistados, 54,04% dos clientes já estão indo às compras com suas próprias sacolas, 9,93% pagam pelas sacolas oferecidas pelo estabelecimento e 4,04% levam carrinhos de compras. Há ainda um contingente (31,99%) que transporta suas mercadorias por outros meios. Destes, 39,62% não levam recipiente algum.

 

O que acontece com freqüência na Jeito de Joias, da empresária Marizete Pereira Lanza, que vê muitas de suas clientes simplesmente abrirem a bolsa e guardar lá dentro as bijuterias que adquirem na loja. "Nós já usávamos caixinhas para embrulhar as mercadorias, mas adotamos até saquinhos de pipoca como alternativa", observa a empresária. O que ela percebe é que mesmo que as pessoas fiquem incomodadas, todas estão de acordo com a lei.

 

Sacos de papel - Dentre os empresários entrevistados pela CDL-BH, 53,61% disseram que seus clientes veem positivamente a lei, já 40,21% acreditam que o consumidor a considera negativa, por gerar mais despesa e desconforto. O gerente do Rei do Chocolate, que vende muita miudeza, admite que escuta queixas, mas nunca perdeu vendas por isto. Sua opção, além das sacolas retornáveis, é embalar as mercadorias vendidas em sacos de papel.

 

Outras alternativas empregadas pelos lojistas são organizar as compras em caixas (24,53%), em sacolas de papel (16,98%), em embrulhos de papel (13,25%), em sacolas de papel (9,93%), em sacolas convencionais (7,28%), em sacolas oxibiodegradáveis ((1,66%), em sacola reciclável (1,32%), sacolas ecobag (0,66%) e até envelopes (0,33%). Além disto, 9,27% não oferecem nenhuma alternativa e 0,66% dos clientes levam suas próprias sacolas.

 

Entre os lojistas, 17,06% acreditam que as vendas caíram depois da lei. Dentro deste percentual, 39,58% estimam ter perdido até 5% dos negócios. Já 29,17% estimam perdas entre 6% e 10%, 14,58% venderam 11% a 15% menos e 16,67% calculam que a queda foi de 15% ou mais.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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