Consumidor praticamente aboliu as sacolinhas

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Uso cai 97% em seis meses, diz Amis.


Seis meses depois de entrar em vigor a lei que proibiu as sacolas plásticas no comércio varejista de Belo Horizonte, a utilização delas na cidade caiu de 450 mil por dia para menos de 15 mil. Dessa forma, a capital mineira, cuja lei foi pioneira no Brasil, deixou de enviar para o lixo, no mesmo período, 360 toneladas de plástico, correspondentes a 79 milhões de sacolinhas. A queda foi de 97%, segundo levantamento da Associação Mineira de Supermercados, divulgado ontem durante a 25ª Convenção Mineira de Supermercados (Superminas), que termina hoje no Expominas.

Ainda assim as sacolas que continuam sendo usadas não são mais de plástico comum (polietileno), mas feitas a partir do amido de milho. São as chamadas sacolas compostáveis, as únicas ainda permitidas no varejo da Capital. De acordo com o superintendente da Amis, Adilson Rodrigues, desde que a lei entrou em vigor, foram vendidas na cidade dois milhões de sacolas retornáveis, o que mostra que o consumidor já se adaptou a nova forma de sair às compras.

Ele ressalta também que nestes seis meses de vigência da lei, o uso das sacolas compostáveis vem caindo gradativamente. "A sacola compostável é um paliativo, é para quem esqueceu em casa a sacola retornável", explica Rodrigues. Entretanto, os supermercadistas acreditam que em novembro e dezembro o consumo aumente para 18 mil sacolinhas/dia em função do fluxo maior de compras para o Natal, para em seguida voltar a cair. A previsão é de que até maio do ano que vem a venda não passe de 10 mil sacolas por dia.

Sucesso - A lei é considerada um sucesso pelo setor supermercadista, que atribui o excelente resultado à mudança de comportamento do consumidor. A proposta, agora, é estendê-la para as cidades do interior do Estado. Em Minas Gerais há cerca de 30 municípios adotando a mesma regra, mas o superintendente da Amis alerta para um erro que vem sendo cometido em cidades como Uberlândia, que proibiu as sacolas de plásticos e sugeriu a substituição delas pelas sacolas oxidegradáveis, o que é um grande equívoco.

"As sacolas oxi são mais baratas que as compostáveis, mas elas não se desfazem na natureza, apenas se quebram em moléculas que não conseguimos enxergar, mas que duram tanto quanto o plástico comum", adverte. O grave nesta situação é que muitos municípios que estudam adotar a proibição de sacos de plástico sugerem que eles sejam substituídos pelas sacolinhas oxi, quando o ideal é o uso de sacolas retornáveis.

Para estimular este novo hábito, a Amis fez uma parceria com o Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas) para usar desenhos de dez artistas plásticos mineiros em estampas de sacolas retornáveis, unindo funcionalidade e beleza. O projeto foi batizado de "Artistas Solidários", já que eles nada receberão pelo trabalho. Serão produzidas 500 mil sacolas para serem distribuídas em todo o Estado ao custo máximo de R$ 3,00. Parte dos recursos será doada ao Servas.

A Amis garante que 90% dos consumidores que vão aos supermercados, 180 dias após a implantação do novo sistema, já levam as sacolas retornáveis ou outros meios para carregar as compras.  isto o que tem feito que mesmo as embalagens permitidas pela lei tenham cada vez menos prestígio junto aos consumidores.


Veículo: Diário do Comércio - MG



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