O site Greenvana tornou-se uma referência no setor ao investir nos produtos 'verdes' e no marketing viral
Um ano foi tempo suficiente para que o Greenvana conseguisse aglutinar um grande número de pessoas e empresas em torno de sua marca. O site, que comercializa produtos ecologicamente corretos e divulga notícias sobre sustentabilidade, já conquistou 490 mil fãs no Facebook, foi procurado pela Apple para vender seus tablets e hoje tem o Santander como sócio minoritário.
Fundada em novembro de 2010, a empresa não divulga quanto faturou em seu primeiro ano de existência. Mas projeta para 2012 uma receita de R$ 40 milhões. Para alcançar essa meta, pretende ampliar o número de produtos de marca própria (hoje são apenas oito) e diversificar seus canais de venda. A ideia é colocar itens que levam seu nome também em lojas físicas.
Ao contrário do que ocorre com a maioria das startups (empresas iniciantes) brasileiras, o Greenvana pôde sustentar um crescimento acelerado porque, desde o início, estava muito capitalizado. A presença de Marcos Wettreich no comando também ajuda a explicar o bom desempenho. Trata-se de um bem-sucedido empreendedor em série.
O engenheiro foi o idealizador do prêmio e do portal iBest, da produtora MLab e da consultoria Neoris. Também participou da formação inicial do empreendimento que resultou na criação do site Submarino, hoje um braço do grupo B2W. "Minhas empresas têm a característica de crescer muito rápido. É meu modelo de expansão", afirma Wettreich.
A metodologia do empreendedor para criar novos negócios funciona da seguinte forma: ele se interessa por um determinado assunto, pesquisa o setor e descobre uma lacuna a ser preenchida. A fórmula se repetiu na criação do Greenvana. "Ouvia todo mundo falar sobre consumo sustentável, mas percebi que não sabia onde ou como procurar os produtos, e nem sequer conhecia as marcas do setor", conta o empresário.
O portal Greenvana tem uma loja online de produtos sustentáveis e um espaço voltado apenas para a venda de materiais de construção. As demais áreas do site existem para divulgar a marca a baixo custo. Há uma espécie de revista digital (Greenstyle), um prêmio (Greenbest) e um buscador que usa a base de dados do Google (Greengle, que promete plantar uma árvore a cada 6 mil buscas realizadas).
Para Marcos Bedendo, professor de Gestão de Marcas da ESPM, o Greenvana adotou uma estratégia de marketing eficiente porque tem um conceito de negócios bem desenhado, além de valores simpáticos à maioria das pessoas. "Não podemos imaginar que todos os fãs da empresa no Facebook sejam de fato consumidores da marca. Eles ajudam a divulgar a empresa porque gostam de compartilhar a prática do consumo sustentável", afirma Bedendo. "O mesmo princípio justifica o interesse das empresas em se associar ao site."
O desafio do Greenvana agora é ampliar sua linha de produtos e diversificar os canais de vendas sem brigar com os fornecedores atuais. "Mas, com uma marca forte, a empresa ganha vantagem para fazer esse movimento", conclui o especialista.
Veículo: O Estado de S.Paulo